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Bolsa de NY reage nesta 6ª, fecha semana com acumulado levemente negativo e vencimentos acima de US$ 1,30/lb

por Notícias Agrícolas:

Apesar de fecharem em alta na sessão desta sexta-feira (26), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a semana com leve baixa de 0,68% no vencimento julho/17. Saindo de 132,10 cents/lb na semana passada para 131,20 cents/lb. O mercado acompanhou nos últimos dias as informações sobre a oferta na safra 2017/18, o câmbio – ainda com reflexos do cenário político – e, do lado altista, as chuvas no Brasil que atrapalharam a colheita e podem prejudicar a qualidade da produção.

No mercado interno, os negócios com café continuam isolados ainda que os preços tenham esboçado recuperação diante do câmbio. (Veja mais informações abaixo)

Nesta sexta-feira, o contrato julho/17, referência de mercado, anotou 131,20 cents/lb com valorização de 190 pontos, o setembro/17 registrou 133,55 cents/lb com 190 pontos positivos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 137,05 cents/lb e avanço de 185 pontos e o março/18, mais distante, subiu 185 pontos, fechando a 140,45 cents/lb. Na véspera, as cotações da variedade fecharam com alta próxima de 50 pontos.

De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, recompras de posições por parte dos fundos e especuladores levaram as cotações a trabalharem acima de US$ 1,30 por libra-peso nesta sexta. No entanto, durante a semana várias informações impactaram os preços, principalmente sobre a oferta.

“Ideias de melhor produção mundial são vistas uma vez já que muitos olham para a cultura com maior otimismo com a colheita próxima. Também há ideias de que a demanda permaneça fraca uma vez que a maioria das torrefadoras ainda não está comprando muito em mercados à vista no mundo”, disse em relatório na véspera o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em referência ao atual momento do mercado.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou nesta sexta em relatório uma estimativa de produção de 52,1 milhões de sacas neste ano no Brasil. O número representa uma queda de 4 milhões de sacas ante a safra anterior. O adido traz que as “floradas adequadas e condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras provavelmente vão contribuir para boas produtividades”, mesmo em ciclo de bienalidade negativa.

Essa informação tranquilizou o mercado e fez com que os preços recuassem, já que a percepção inicial dos envolvidos era bem mais pessimista que isso.

Já do lado alista, repercutiu no mercado o clima nos últimos dias que prejudicou a colheita da safra 2017/18 em áreas produtoras de café de Minas Gerais e São Paulo nos últimos dias e também a secagem dos grãos que estavam no terreiro de alguns produtores, o que coloca em xeque a qualidade da produção. As precipitações chegaram a registrar acumulados de quase 100 milímetros no fim de semana em algumas áreas.

De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, até o dia 23 de maio a colheita da safra 2017/18 do Brasil estava em 15%. Na semana passada, a colheita estava em 11%. Levando em conta a estimativa da consultoria, de produção de 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano no Brasil, já foram colhidas pelos produtores 7,44 milhões de sacas.

Segundo o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach, as chuvas atrapalharam o andamento da colheita na última semana. “Além de interromperem o trabalho de retirada do café dos cafeeiros, o excesso de umidade também prejudica a secagem. Muito café acabou caindo no chão, mas ainda é cedo para dimensionar prejuízos. Talvez, o principal impacto seja mesmo na qualidade da bebida. E, assim deve começar a aparecer mais café de bebida mais fraca no mercado”, afirma.

O câmbio atuou como fator baixista e altista em vários momentos da semana na Bolsa de Nova York. O dólar comercial encerrou essa sexta-feira com baixa de 0,54%, cotado a R$ 33,2654 na venda, com cautela diante do cenário político brasileiro. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,25%. A moeda impacta diretamente nas exportações da commodity já que as transações são feitas em dólar.

Informações reportadas pela agência de notícias Reuters no início da semana davam conta que o mercado acompanhava a preocupação da indústria de café está atenta com a possibilidade de oferta apertada do grão na Colômbia, maior produtor mundial de arábica de alta qualidade, diante de uma greve no Porto de Buenaventura. As chuvas intensas já prejudicaram a colheita no país.

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) não funciona para o café na próxima segunda-feira (29) por conta do feriado Memorial Day.

Mercado interno

Os negócios com café seguiram isolados na semana mesmo com alguns preços mais altos sendo vistos e a produção da safra 2017/18 já no mercado em algumas praças, uma vez que a colheita atinge 15%. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), a retração vendedora ainda está presente no mercado e as incertezas econômicas e políticas no Brasil também assustam os produtores.

“Quanto ao ritmo de negócios, permanece lento no mercado físico, devido à retração vendedora e também às incertezas econômicas e políticas no Brasil”, disse a instituição em nota.

No fechamento semanal, o balanço foi misto nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com queda de 1,06% (-R$ 5,00), encerrando a R$ 465,00 a saca. Guaxupé (MG) teve o maior valor de negociação no período dentre as praças com saca a R$ 505,00 e queda de 0,98% (-R$ 5,00).

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP) com desvalorização de 4,08% (-R$ 20,00) e saca a R$ 470,00. A cidade teve maior valor de negociação no fechamento da semana junto com Varginha (MG) que teve queda de 1,05%no período (-R$5,00)

O tipo 6 duro teve maior oscilação no acumulado da semana em Franca (SP) com queda de 4,17% (-R$ 20,00) e R$ 460,00 a saca. A cidade de Araguari (MG) teve cotação mais expressiva com R$ 470,00 a saca.

Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 456,99  com alta de 0,86%.

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