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Bolsa de NY registra recuperação nesta 6ª feira; analista não acredita em reversão de tendência
por Notícias Agrícolas:
Nesta sexta-feira (24), os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve alta nos principais contratos. As cotações esboçaram recuperação após ficar no campo negativo por sete pregões consecutivos. Indicadores técnicos e o comportamento do dólar foram os principais fatores de pressão.
O vencimento setembro/15 registrou 122,25 cents/lb com alta de 70 pontos, o dezembro/15 anotou 125,65 cents/lb com avanço de 60 pontos. Já o contrato março/16 teve 129,25 cents/lb com 55 pontos positivos e o maio/16 fechou o dia com 131,40 cents/lb e valorização de 50 pontos.
De acordo com analistas consultados pelo Notícias Agrícolas durante a semana, o mercado em Nova York nos últimos dias estava carente de novidades nos fundamentos e mais focado na questão cambial.
Na quarta-feira, o governo reduziu a meta de superávit primário de 2015 para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do PIB, previstos até então. Com isso, no dia seguinte, a moeda norte-americana chegou a avançar 2% e ficou próxima de R$ 3,30 e o café em Nova York recuou 350 pontos. Na sexta-feira, dia 24, a moeda norte-americana subiu 1,55% e está cotada a R$ 3,3470 ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento do país.
Segundo o diretor de café do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, na última sexta-feira, as cotações futuras do café na ICE esboçaram tímida recuperação técnica ante as recentes quedas vistas no mercado. Entretanto, o analista pondera que ainda é cedo para acreditar em reversão de tendência.
“O mercado ainda deve ficar bastante atrelado ao câmbio nos próximos dias, e isso está acontecendo também com outras commodities”, explica Costa.
De acordo com o boletim semanal do Conselho Nacional dos Cafeicultores (CNC), divulgado na sexta-feira, dia 24,e, o café foi a terceira commodity que mais perdeu valor nesta semana. (Veja o gráfico abaixo).
Ainda de acordo com o analista, os operadores em Nova York, neste momento, não esboçam tanta preocupação com relação ao atraso da colheita nas principais regiões produtoras do Brasil uma vez que os estoques estão abastecidos.
Segundo levantamento divulgado ontem pela Safras & Mercado, o Brasil colheu 62% da safra 2015/16 de café até o dia 21 de julho. O número representa um atraso ante a média histórica de cinco anos nesta época que é de 68%. A consultoria espera que a colheita desta temporada atinja 50,4 milhões de sacas de 60 kg.
Colheita da safra 2015/16
Os trabalhos de colheita nas principais regiões produtoras do Brasil avança, mas continua atrasado em relação aos anos anteriores. O CNC informou que o clima seco nos períodos de florada e granação dos frutos e as chuvas esparsas — características do inverno marcado por um El Niño Modoki —, que atrapalham o andamento dos serviços de seleção e coleta, são os principais fatores desse retardamento. As adversidades climáticas também prejudicam a qualidade do produto e preocupa os cafeicultores.
Dados divulgados pela Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a maior do mundo e que atua no Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (São Paulo), até o dia 18 de julho, mostram que a colheita dos cooperados avançou para 34,20% ante 27,25% registrado na semana anterior. Entretanto, na comparação com anos anteriores os trabalhos estão atrasados. Em 2014, nesta época do ano, os trabalhos no campo chegavam a 59,53%, no ano de 2013, o percentual era de 45,64% e em 2012 registrava 41,94%.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas na manhã desta sexta, o presidente do Sindicato Rural de Três Pontas-MG, Gilvan Mendonça Mesquita, afirmou que a colheita na região também segue atrasada.
Além disso, os grãos estão miúdos e produtores utilizam mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado. Quebra na produção deve ficar acima dos 30% estimados inicialmente. Saca do café tipo 6, bebida dura é negociada a R$ 430,00. Já os custos de produção giram em torno de R$ 470,00.
Mercado interno
No mercado físico, poucos negócios são realizados e os preços seguem firmes nos principais tipos de café. “A dica para o produtor que tem produto de melhor qualidade em estoque é monitorar o mercado e esperar um momento melhor para vender”, explicou ontem o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach.
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 498,00 e alta de 1,43%. A variação mais expressiva do dia foi na cidade de Varginha-MG com alta de 2,17% e saca valendo R$ 470,00. (Veja o gráfico com a variação semanal abaixo).
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 498,00 a saca e valorização de 1,43%. A oscilação mais expressiva no dia ocorreu na cidade de Franca-SP com avanço de 2,17% e saca cotada a R$ 470,00. (Veja o gráfico com a variação semanal abaixo).
O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Franca-SP com R$ 450,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada nas cidades de Espírito Santo do Pinhal-SP e Patrocínio-MG, ambas com valorização de 2,38% e R$ 430,00 a saca. (Veja o gráfico com a variação semanal abaixo).
Na quinta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou recuo de 0,50% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 410,43.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) registraram queda nesta sexta. O contrato julho/15 está cotado a US$ 1790,00 por tonelada com baixa de US$ 10, o setembro/15 teve US$ 1649,00 por tonelada e o novembro/15 anotou US$ 1665,00 por tonelada, ambos com desvalorização de US$ 12.
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