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Broca-do-café: Obtenção do registro emergencial do Benevia da Dupont foi bem recebida na cadeia produtiva do café

por Revista Cafeicultura:

Nova tecnologia para a cafeicultura envolveu produtores e pesquisadores no desenvolvimento

Produtores e pesquisadores afirmam que ataque da broca interfere na qualidadedo café, diminui peso do grão e deprecia produto

A molécula Cyazypyr, da DuPont, base do composto Ciantraniliprole, que recentemente recebeu autorização emergencial e temporário para controle da broca-do-café nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, vem sendo estudada no Brasil há mais de oito anos. A safra 2014-15 marcou o primeiro ciclo de aplicação da tecnologia, cujo desenvolvimento contou a participação de 1 mil profissionais entre cafeicultores e pesquisadores.

Somente no Estado de Minas Gerais, principal produtor de café do Brasil, o inseticida Benevia – nome comercial do Ciantraniliprole – foi testado por mais de 300 produtores em sua primeira safra comercial.

O gerente de marketing da DuPont Proteção de Cultivos para a cafeicultura, engenheiro agrônomo Luiz W. Braga, assinala que antes ainda de receber autorização para comercialização emergencial, o composto Ciantraniliprole também foi testado em mais de 100 campos experimentais.

A propagação da broca-do-café nas lavouras brasileiras preocupa os produtores. Se não monitorada e controlada, a ação da praga de nome científico Hypothenemus hampei contribui para a depreciação do grão de café no mercado. De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, que regulamenta a qualidade e classificação do café, a cada 2 a 5 frutos atacados pela broca, considera-se um defeito. A praga interfere também na qualidade da bebida e, consequentemente, nos preços recebidos pelos produtores.

O pesquisador científico Julio César de Souza da Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais -, relata que “com 100% de infestação na colheita, perdem-se 20% no peso do café”.

Detectada pela primeira vez no Brasil em 1913, na região de Campinas, no interior do estado de São Paulo, a broca-do-café é encontrada hoje em todas as regiões produtoras do Brasil.

A obtenção do registro emergencial de Benevia foi bem recebida na cadeia produtiva do café. Pesquisadores e produtores que participaram do desenvolvimento desta revolucionaria tecnologia atestaram, em depoimentos gravados pela DuPont, sua importância na evolução do manejo de produção desta cultura.

“Eu já vi casos de áreas que foram muito atacadas pela broca e na hora de o produtor vender esse café no mercado a desvalorização chegar de 60% a 70% por saca”, adverte Eduardo Mosca, engenheiro agrônomo e consultor de Araguari (MG). Quanto à nova tecnologia, ele acrescenta: “Temos percebido não só o controle da broca, mas também um bom vigor na planta”.

“O aspecto vegetativo da planta virou outro. Percebemos ainda que houve um aumento significativo na renda do café”, acrescenta Gilmar José Cereda, gerente da Estação Experimental da Epamig na cidade de Machado (MG).

O pesquisador científico da Epamig Júlio César de Souza acrescenta que vem estudando o Ciantraniliprole Benevia desde 2008. “Os resultados são consistentes”, ressalta.

Engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e supervisora de pesquisa da empresa Agroteste, de Lavras (MG), Vanessa Foresti Pereira constatou que 90 dias após a florada principal do café seria o momento de entrar com uma aplicação de Benevia. “Nós vimos que até 60 dias depois seria a época ideal para a segunda aplicação, visando a obter melhor eficácia do produto”, observa a especialista.

Luiz Wanderlei Braga, engenheiro agrônomo da DuPont Proteção de Cultivos, ressalta que para o controle eficiente da broca-do-café é necessário que o produtor entenda o comportamento da praga.

“A broca pode iniciar seu ataque aos cafezais após 90 dias do florescimento. Este é o momento de o cafeicultor realizar o monitoramento e proteger a lavoura”, reforça Braga.

Professor da Unesp-Jaboticabal (SP) e sócio da SGS Gravena, o pesquisador Santin Gravena enxerga na nova tecnologia uma nova opção para a realização do manejo de resistência a inseticidas na cafeicultura. “É importante garantir a preservação dos inimigos naturais para o controle biológico, principalmente as vespas e os parasitoides”, finaliza Gravena.

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