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Café arábica fecha a semana com altas de mais de 2% na Bolsa de Nova York, apesar de queda nesta 6ª

por Notícias Agrícolas:

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a semana com altas de mais de 2%. O vencimento setembro/17 saiu de 125,70 cents/lb na semana passada para 128,90 cents/lb. O mercado acompanhou nos últimos dias os temores de que o frio nas origens produtoras do Brasil pudessem afetar a produção desta e da próxima safra. Ajustes técnicos também foram vistos.

No mercado interno, os negócios com café seguem lentos com os produtores ainda bastante atentos aos trabalhos de colheita e à espera de maiores patamares de preço. (Veja mais informações abaixo)

Nesta sexta-feira, o contrato julho/17 fechou a sessão cotado a 126,55 cents/lb com queda de 20 pontos, o setembro/17, referência de mercado, registrou 128,90 cents/lb com recuo de 20 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 132,40 cents/lb e desvalorização de 20 pontos e o março/18, mais distante, caiu 25 pontos, fechando a 135,80 cents/lb.

“O clima no Brasil tem sido frio e as áreas produtoras mantiveram-se esquivadas de problemas na semana passada, quando uma massa de ar muito fria ficou no mar”, disse em relatório o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville. “Os preços agora pairando perto de algumas áreas de resistência chave de curto prazo. Não há ainda nenhum interesse real na compra pela indústria e também há as ideias de que os estoques estão grandes nos países de origem”, acrescenta.

Nos últimos dias, o frio no Brasil repercutiu bastante entre os operadores no terminal externo diante da possibilidade de prejuízos às lavouras de café do país que estão em plena colheita. Geadas neste momento também seriam prejudiciais ao próximo ciclo produtivo, segundo especialistas consultados ao longo da semana. Apesar dessa questão fundamental, que impactou os preços ao longo da semana, na sessão desta sexta-feira ajustes técnicos para baixo prevaleceram.

Previsões climáticas apontam que chuvas podem ser registradas nos próximos dias no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Sul da Bahia. Já a temperatura deve continuar estável nas áreas produtoras e sem previsão de geadas.

De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, a colheita de café da safra brasileira 2017/18 foi indicada em 50% até 4 de julho. Na semana anterior os trabalhos estavam em 44%. Levando em conta a estimativa da Safras de produção de café do Brasil em 2017 de 51,1 milhões de sacas de 60 kg, já foram colhidas 25,68 milhões de sacas.

O Citigroup elevou em 3,6 milhões de sacas de 60 kg sua previsão para produção mundial na safra 2017/18, que agora deve ficar em 151,6 milhões de sacas. A trader sul-africana I&M Smith, no entanto, se mostra menos otimista em relação ao assunto.

“Pode-se especular, porém, que com os mexicanos e os americanos centrais aparentemente já estão bem vendidos… e os volumes globais de exportação de café para o ano de café atual devem começar a cair para mais perto dos do ano anterior do café”, disse. A perspectiva de uma safra menor e este ano no Brasil e o potencial declínio das exportações do Vietnã também apoiam essas ideias.

Em junho (21 dias úteis), as exportações de café em grão do Brasil totalizaram 1,90 milhão de sacas de 60 kg e receita de US$ 309,3 milhões. Uma queda de 7,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e recuo de 17% em relação a maio passado. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

Mercado interno

De acordo com analistas consultados, os negócios com café foram lentos durante a semana nas praças de comercialização do Brasil. Os cafeicultores estão preocupados com o clima, ainda estão em processo de colheita e aguardam melhores patamares de preço. “Com a retração de vendedores e os aumentos no mercado internacional, os preços do arábica subiram nos últimos dias”, disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

Além disso, as primeiras amostras de café arábica da safra 2017/18 que chegam ao mercado, conforme avança a colheita, têm apresentado granação menor que o esperado. O cenário é bem parecido com o visto na temporada 2015/16 e fica a dúvida dos produtores com o rendimento na hora de completar uma saca de 60 kg. As exportações podem ser impactadas já que os grãos maiores são os mais demandados.

No fechamento semanal, o balanço foi misto nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana nas praças de Patrocínio (MG) e Varginha (MG) com queda de 2,13% (+R$ 10,00), ambas com R$ 480,00 a saca. Guaxupé (MG) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com R$ 502,00 a saca e alta acumulada de 0,40% (+R$ 2,00).

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Varginha (MG) com valorização de 0,66% (+R$ 3,00) e saca a R$ 470,00. A cidade de Franca (SP) teve o maior valor de negociação no fechamento da semana com saca a R$ 480,00 – estável.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na Média RS com alta de 2,25% (+R$ 10,00) e R$ 455,00 a saca. As cidades de Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (-1,08% ou -R$ 5,00) e Patrocínio (MG) (estável) tiveram a cotação mais expressiva no fechamento da semana com R$ 460,00 a saca.

Na quinta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 449,59 e queda de 0,65%.

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