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Café arábica sobe mais de 9% em janeiro na Bolsa de NY, mas acumula queda de 4% nesta semana

por Notícias Agrícolas:

O mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a semana com queda acumulada de 4,04% no vencimento março/17, referência de mercado, que saiu de 152,40 cents/lb para 146,25 cents/lb nesta sexta-feira (3). As cotações recuaram nos últimos dias baseadas nas melhores condições climáticas no cinturão do Brasil, além do câmbio e ajustes técnicos. No mês de janeiro, no entanto, os contratos da variedade tiveram valorização expressiva de mais de 9% no terminal externo acompanhando as incertezas com a safra e fecharam a sessão do dia 31 de janeiro a 149,55 cents/lb.

Nesta sexta-feira, os preços externos do arábica na ICE oscilaram dois lados da tabela buscando um direcionamento para encerrar a semana. Diante dessas últimas quedas, os vencimentos mais próximos já estão abaixo de US$ 1,50 por libra-peso. O março/17 registrou na sessão de hoje 146,25 cents/lb com 30 pontos de alta, o maio/17 anotou 148,70 cents/lb com valorização de 20 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 151,05 cents/lb com avanço de 25 pontos e o setembro/17, mais distante, subiu 25 pontos a 153,35 cents/lb.

“Os futuros estão mais baixos com previsões de chuvas benéficas em algumas áreas do Brasil e em toda a região Norte do Espírito Santo. Neste momento, o clima permanece quente e seco no maior estado produtor de robusta, mas em áreas de arábica são previstas melhores precipitações no decorrer da semana. Algumas previsões também apontam estabilidades no Espírito Santo nos próximos dias”, vice-presidente e analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

De acordo com mapas climáticos de institutos brasileiros, pode chover até 100 milímetros no Espírito Santo nos próximos dias e entre 15 a 30 mm em São Paulo e Sul de Minas Gerais. Essa condição pode amenizar danos, mas não recupera perdas consideráveis já registradas em áreas de robusta. “O clima muito mais úmido no período de 6 a 10 dias em Minas Gerais deve levar a melhoras significativas, favorecendo o crescimento dos frutos”, disse a MDA Information Systems à agência de notícias Reuters durante a semana.

Segundo o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, as cotações do arábica também sentiram durante a semana a movimentação dos fundos de investimento no mercado. “As cotações não conseguiram se manter acima do nível de 150,00 cents, o que motivou fundos e especuladores a atuarem com maior ênfase na ponta vendedora”, afirmou ontem (2) o analista. Além disso, segundo Machado, já começam a acontecer também no mercado rolagens de posição no terminal norte-americano.

O dólar comercial fechou a sessão desta sexta-feira próximo da estabilidade, após recuar por boa parte do dia refletindo dados de trabalho dos Estados Unidos. Na véspera, a divisa chegou ao menor nível desde 25 de outubro e na semana acumulou baixa de 0,90%. As oscilações cambiais influenciam diretamente nas exportações da commodity. Segundo a OIC (Organização Internacional do Café), as exportações globais de grão subiram 5,3% em 2016 e 8,3% no primeiro trimestre do ano-safra 2016/17, totalizando 29,77 milhões de sacas.

Importação de café robusta

A decisão sobre a importação de café robusta (conilon) ficou para a próxima semana, segundo disse o ministro da agricultura, Blairo Maggi, ao jornal Valor Econômico. O assunto será retomado na próxima terça-feira (7) após o presidente Michel Temer pedir ao ministro uma nova tentativa de acordo entre a indústria e o setor produtivo. O setor esperava uma decisão ontem (2) ou ainda hoje, uma vez que Blairo já se mostrou favorável à importação.

Leilão da Conab

Para atender a uma estratégia de regular o mercado interno em virtude da elevação dos preços do produto, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realiza na próxima quinta-feira (9) mais um leilão de venda de café. Serão ofertadas 150 mil sacas de 60 kg de café arábica da safra 2009/10 (aviso nº 028/2017), por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização (SEC), na modalidade mista. Os grãos estão em armazéns da autarquia nos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Mercado interno

Acompanhando as variações externas, os preços do café recuaram na maior parte das praças de comercialização do Brasil e motivou ainda mais a paralisação dos negócios no Brasil. “As negociações seguem limitadas no Brasil, já que o interesse dos compradores se concentra em cafés de maior qualidade superior. Vendedores, por sua vez, têm negociado o arábica de maior qualidade apenas em patamares mais altos que os compradores estão dispostos pagar”, disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Guaxupé (MG) com queda 4,39% (-R$ 25,00), encerrando a R$ 545,00 a saca. A cidade que teve o maior valor de negociação dentre as praças no período foi Poços de Caldas (MG) com R$ 571,00 a saca e recuo acumulado de 3,38% (-R$ 20,00).

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP), com desvalorização de 6,78% (-R$ 40,00) e saca a R$ 550,00. Em Guaxupé (MG), foi registrado o maior valor na semana com R$ 551,00 e recuo acumulado de -6,78% (-R$ 25,00).

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Franca (SP) com queda de 7,02% (-R$ 40,00) e saca a R$ 530,00. Ainda assim, a cidade teve o maior valor de negociação.

Na quinta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 512,82 com queda de 1,88%.

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