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Café: Bolsa de Nova York cai quase 500 pts nesta 4ª em ajustes após altas recentes e de olho no petróleo

por Notícias Agrícolas:

Após registrar altas expressivas recentemente, o mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta quarta-feira (19) com queda de quase 500 pontos em ajustes técnicos, depois que os principais vencimentos não tiveram forças para avançar acima de US$ 1,50 por libra-peso, e com pressão do petróleo e câmbio, fator que impacta diretamente nas exportações.

O contrato maio/17 fechou a sessão cotado a 138,00 cents/lb com queda de 490 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 140,65 cents/lb também com recuo de 490 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 143,00 cents/lb e desvalorização de 485 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 485 pontos, fechando a 146,45 cents/lb. O mercado vem de três sessões seguidas de alta.

Mercado do café NY – 19/04

No início dos trabalhos desta quarta, as cotações do arábica na ICE chegaram a estender os ganhos dos últimos dias. No entanto, os principais vencimentos demonstraram fraqueza para se manterem em cerca de US$ 1,50/lb e passaram a recuar. Segundo agências internacionais, também houveram liquidações de lucros de investidores.

“O mercado do café arábica viu uma rápida venda técnica no final do dia, após o contrato de julho, mais negociado, cair abaixo da média móvel de 50 dias, que teve a maior alta em quase dois meses na última sessão”, reportou o site internacional Agrimoney.

A ICE também sentiu na sessão desta quarta-feira pressão dos futuros do petróleo no mercado internacional, que chegaram a cair mais de 4%, em mínimas de duas semanas. A commodity repercutiu um relatório que mostrou aumento nos estoques de gasolina dos Estados Unidos pela primeira vez em nove semanas, diante de um crescimento da produção de petróleo.

A queda também repercutiu em outros produtos negociados na Bolsa de Nova York, como o açúcar e cacau. “O petróleo se relaciona com o preço do açúcar porque está ligado ao preço da gasolina, que interfere na competitividade do consumo do etanol”, explica o professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia e Administração da USP, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

O câmbio também impactou os preços futuros do café durante o dia. O dólar comercial fechou o dia com alta de 1,09%, cotado a R$ 3,1472 na venda, repercutindo o temor de a reforma da Previdência ter dificuldades de ser aprovada no Congresso Nacional. A divisa mais alta em relação ao real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.

Nas últimas sessões, o mercado do arábica teve suporte das informações sobre a produção de café no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. A importadora de café Wolthers Douque fez uma rota por lavouras de café do Brasil e várias cooperativas e concluiu que a produção coloca o mercado em uma situação delicada, em cerca de 48 a 49 milhões de sacas.

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) elevou nesta quarta-feira os preços mínimos do café arábica e conilon para o período entre abril de 2017 e março de 2018. O arábica tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima, teve o preço mínimo reajustado para R$ 333,03 a saca para a safra 2017/18, ante R$ 330,24. Já robusta (conilon) tipo 7, com até 150 defeitos, peneira 13 acima, saiu de R$ 208,19 a saca para R$ 223,59.

Mercado interno

Os negócios com café continuam lentos nas praças de comercialização do Brasil. Os preços internos do grão registraram oscilação mais expressiva nesta quarta com a desvalorização externa, ainda assim seguem oscilando pouco nas principais localidades verificadas pelo Notícias Agrícolas. A colheita do café nas principais regiões produtoras de café do Brasil começam do final de maio para junho.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), a liquidez é baixa no arábica com a disparidade entre vendedores e compradores restringindo maiores quantidades comercializadas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 520,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) e queda de 3,96% e R$ 485,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 542,00 a saca e queda de 0,91%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve baixa de 1,63% e saca a R$ 484,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Oeste da Bahia (+0,52%), ambas com saca a R$ 485,00. Varginha (MG) teve a maior variação dentre as praças com alta de 2,13% e saca a R$ 480,00.

Na terça-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 479,24 e alta de 0,98%.

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