NOTÍCIAS

Café: “Brasil está avançado em sustentabilidade” diz Annette Pensel

por CaféPoint:

De acordo com a diretora-executiva da Plataforma Global do Café (GCP), Annette Pensel, a cafeicultura brasileira está avançada em sustentabilidade, quando comparada a outros países, mas ainda há muito a ser feito para melhorar o setor. A afirmação ocorreu durante o evento para a imprensa do Programa Brasil de Sustentabilidade, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (08), no Hotel TRYP Higienópolis, em São Paulo.

O programa atua no Brasil em diversas frentes desde 2012 e tem o objetivo de levar informações sobre sustentabilidade aos cafeicultores, aumentando a produção e gerando maior renda, com total consciência de que esses desafios são maiores para pequenos produtores, que têm menos acesso a informações e serviços. No país, 85% dos produtores estão na faixa de 0 a 20 hectares.

De acordo com o diretor da P&A Marketing e coordenador do Programa Brasil da Plataforma, Carlos Brando, o cafeicultor deve ser o principal beneficiado com as diretrizes para a produção sustentável, uma vez que “se ele não tiver renda, não vai produzir de forma ambientalmente correta”.

A iniciativa inclui o Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC), que relaciona práticas divididas entre prioritárias, recomendadas e proibidas. Nele, estão presentes os 18 itens para a produção sustentável do café, essenciais para um manejo produtivo adequado às normas e exigências do mercado.

Para orientar o produtor de forma didática a melhorar as práticas no campo, foi desenvolvido um material batizado de Fazendinha que traz o desenho neste link.

Dentre as principais ações da Plataforma Global do Café no Brasil – onde o programa encontra-se bem avançado – estão listadas a capacitação de técnicos com treinamento intensivo de 16 horas no CSC para desmistificar a sustentabilidade e o Projeto Produtor Informado, em parceria com o Cecafé, que oferece cursos em salas digitais, alternando entre aulas de informática e sustentabilidade, além da assistência técnica coletiva no campo, onde um técnico atende até 250 produtores, coletivizando a abordagem para aumentar o número de cafeicultores atendidos com incremento de produtividade e redução de custo. Segundo Pedro Ronca, engenheiro agrônomo e coordenador do programa, “a assistência técnica é fundamental para a sustentabilidade”.

Foram formados 1.430 técnicos para capacitação dos cafeicultores em diversos Estados brasileiros, dentre eles Rondônia, um caso de destaque apontado pelos organizadores.

Além do Brasil, a Plataforma Global do Café (GCP) já está presente em outros sete países: Honduras, Peru, Colômbia, Vietnã, Indonésia, Tanzânia e Uganda.

Na próxima semana, dentro da programação do evento World of Coffee, em Budapeste, na Hungria, a Plataforma Global do Café irá lançar os Indicadores Comuns de Sustentabilidade para todos os produtores do mundo. Esta ação será um importante passo para dar início a uma verificação comum dos países cafeicultores. A partir destes dados, segundo Pensel, será produzido um Relatório Anual sobre a Sustentabilidade Mundial na Cafeicultura. Hoje, 75% da produção mundial de café está contemplada pela Plataforma: “não existia uma visão comum. Hoje elas estão sendo construídas por meio desses indicadores”, avalia Pensel.

Notícias Relacionadas