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Café cai mais de US$ 0,10 por libra em 4 semanas em Nova York

por Revista Globo Rural:

Na última sexta-feira, cotação para julho fechou em US$ 1,2555 por libra-peso

Para o Escritório Carvalhaes, operadores na Bolsa de Nova York esão deixando de lado os fundamentos atuais do mercado de café e priorizando interesses de curto prazo (Foto: Thinkstock)

Os preços do café mantiveram a trajetória de queda na última semana. Em Nova York, o contrato com entrega para julho deste ano, caiu de US$ 1,3210 para US$ 1,2555 por libra-peso. Só na última sexta-feira (2/6), a baixa foi de 215 pontos, o que corresponde a pouco mais de US$ 0,02 na cotação.

Foi a quarta semana consecutiva de redução dos preços na bolsa norte-americana, ressalta o Escritório Carvalhaes em boletim semanal de mercado. Nesse período, o contrato de julho de 2017 acumulou uma baixa de mais de mil pontos, que representa uma queda de mais de US$ 0,10 por libra-peso. Em 5 de maio, o fechamento foi de US$ 1,3570.

“Isso acontece às vésperas do inverno no Brasil, com o país sem estoques governamentais, zerados pela primeira vez. Os estoques privados estão historicamente baixos e ainda usaremos grande parte do que resta nos armazéns para, no decorrer deste mês de junho, o último do ano safra 2016/2017, abastecermos nosso consumo interno e nossas exportações”, diz Carvalhaes.

Nas contas da empresa, que atua desde 1918 na comercialização de café, o consumo interno deve ser em 1,7 milhão em junho. As Exportações devem variar entre 3,7 milhões e 4,2 milhões de sacas. Com isso, devem ser consumidos entre 3,7 milhões e 4,2 milhões de sacas no mês que encerra o calendário 2016/2017. “Quanto teremos de estoque de passagem em primeiro de julho?”, questiona a corretora.

Com base nesses números, o Escritório Carvalhaes sugere que preços do café na bolsa de Nova York estão descolados dos fundamentos. Segundo a empresa, as condições do mercado físico “valem cada vez menos nas bolsas de futuro, agora comandadas por grandes fundos de investimento com interesses de curto prazo”.

É diferente a avaliação do Conselho Nacional do Café (CNC). Para a instituição, o movimento dos preços na bolsa norte-americana nos últimos dias está ligado ao avanço da colheita no Brasil, maior produtor e exportador mundial, e ao dólar ainda em patamar valorizado em relação ao real.

“As cotações do café arábica, no Brasil, permaneceram em queda, pressionadas pelo desempenho internacional, o que fez com que os agentes se afastassem do mercado”, diz o CNC, também em boletim semanal.

Referência para preços internos, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica iniciou o mês de junho com queda de 1,32%. Na sexta-feira (2/6), a cotação, com base em São Paulo, fechou a R$ 447,03. Em maio, o indicador havia acumulado retração de 1,02%.

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