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Café: Cotações do arábica avançam mais de 100 pts nesta 2ª na Bolsa de Nova York com suporte do câmbio

por Notícias Agrícolas

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (27) com alta de cerca de 100 pontos. O mercado externo do grão reagiu pela terceira sessão seguida com suporte do câmbio, em nova valorização do real ante o dólar no Brasil.

O vencimento setembro/18 fechou o dia com alta de 130 pontos, a 101,85 cents/lb e o dezembro/18 anotou avanço de 105 pontos, a 105,75 cents/lb. Já o contrato março/19 registrou 109,05 cents/lb com 105 pontos de valorização e o maio/19 recuou 111,35 cents/lb com 100 pontos de ganhos.

O mercado do arábica recuou forte nos últimos dias com forte pressão da valorização do dólar ante o real. Agora, no entanto, ocorre extamente o movimento contrário e o mercado avança a medida que a moeda brasileira se valoriza ante a estrangeira. O dólar voltou a ficar em abaixo de R$ 4,10.

“O café em Nova Iorque negociou no mais baixo patamar desde 26 de junho de 2006, quando o segundo contrato mais líquido tocou US$ 95.85 centavos por libra-peso, pressionado não apenas pelas fixações de ultima hora antes do período de entrega do contrato de setembro, mas muito influenciado pelo derretimento do Real”, disse o analista da Comexim Estados Unidos, Rodrigo Costa.

Agora, após a forte queda, o mercado se ajusta. O dólar comercial fechou o dia com queda de 0,56%, cotado a R$ 4,081. O mercado da moeda trabalhou no dia em movimento corretivo favorecido pelo exterior e diante da expectativa de anúncio de acordo entre Estados Unidos e México sobre o Nafta e com cenário político tranquilo.

“O mercado está um pouco mais racional hoje. O cenário favorável lá fora e a ausência de notícias (eleitorais) está fazendo o mercado se acomodar um pouco depois de uma semana de muita cautela”, disse para a Reuters o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado.

Além disso, segundo a Reuters internacional, dados divulgados após o fechamento do pregão de sexta-feira na ICE mostraram que os especuladores aumentaram as suas posições líquidas vendidas nos futuros e opções do arábica paraum recorde de 106.105 contratos. A informação surpreendeu os operadores favorecendo uma cobertura de vendidos.

Do lado fundamental, não há novidades sobre o Brasil. A colheita segue no país e reforça as expectativas de alta produção e boa qualidade. A Safras & Mercado divulgou na quinta-feira (23) que os trabalhos atingiram 91% até o dia 21 de agosto. Levando em conta a estimativa de produção da consultoria, já foram colhidas 55,17 milhões de sacas.

“O clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram. E no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção”, afirma o analista da Safras Gil Carlos Barabach.

Mercado interno

Os negócios com café no mercado físico brasileiro seguiram lentos nos últimos dias após queda nos preços na maior parte das praças de comercialização do país. Segundo o Escritório Carvalhaes, o lado interno foi bastante pressionado na semana passada, com um volume pequeno de negócios fechados para um início de ano-safra. As recentes altas externas, no entanto, tendem a favorecer melhores oportunidades.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 475,00 e alta de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com saca a R$ 465,00 e queda de 3,13%.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 445,00 e queda de 5,32%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca R$ 442,00 e alta de 1,14%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 4,65% e saca a R$ 410,00.

Na sexta-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 425,50 e alta de 2,39%.

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