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Café encerra com baixas em NY, com quedas de mais de 700 pontos em dia de aversão ao risco
por Notícias Agrícolas:
O mercado futuro do café arábica encerrou a sessão desta sexta-feira (27) com baixas de mais de 700 pontos nos principais contratos. Os contratos encerram a semana com baixas, após seis altas consecutivas em Nova York.
A semana foi marcada pela pandemia do Coronavírus, incertezas com os embarques do café e também pelo aperto entre oferta e demanda, em um momento que o mercado começa a perceber que há pouco café disponível para negociação até a entrada da próxima safra.
A maior desvalorização foi registrada no maio/20 com baixa de 880 pontos, negociado por 115,85 cents/lbp, julho/20 encerrou com baixas de 740 pontos, negociado por 116,75 cents/lbp, setembro/20 registrou queda de 735 pontos, valendo 117,35 cents/lbp e dezembro/20 registrou baixa de 685 pontos, valendo 118,30 cents/lbp.
Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, explica que o mercado após iniciar a sessão ainda como movimentações que poderiam ser consideradas de realização de lucros, passou a registrar quedas ainda mais expressivas com a baixa do Petróleo. Além do café, outras commodities agrícolas registram quedas significativas acompanhando o cenário do petróleo, tanto na Bolsa de Nova York como na Bolsa de Chicago.
O analista destaca ainda que nas últimas seis sessões o café acumulou uma alta de 2580 pontos, número considerado expressivo, positivo para o mercado físico, mas que também foi inesperado e motivados por todas as incertezas que girou o mercado financeiro global nesta semana. Eduardo destaca ainda que é importante observar que na semana a baixa foi de 385 pontos nos contratos para maio, mostrando que o mercado continua apresentando volatividade.
A valorização do dólar ante ao real também pode ter influenciado diretamente nos preços em Nova York. Nesta sexta-feira, a moeda americana finalizou com alta de 2,22% e cotado por R$ 5,107 na venda. “O dólar fechou em alta de mais de 2% ante o real nesta sexta-feira, chegando a se aproximar de 5,13 reais na máxima, num pregão de fortalecimento da divisa frente a rivais emergentes diante de renovados temores sobre o coronavírus. A moeda emendou a sexta semana consecutiva de valorização, período no qual subiu mais de 18%”, destacou a agência Reuters.
A colheita do café arábica que tem previsão de começar entre maio e junho também gerou certa preocupação no setor. O Ministério da Saúde afirma que o pico da pandemia no Brasil deve acontecer entre abril, maio e junho, meses em que a colheita de café está acontecendo. A preocupação é principalmente se trabalhadores de outras regiões conseguirão viajar para trabalhar nas lavouras e também como ficarão os alojamentos e questões de higienização em tempos de Coronavírus.
O consumo mundial de café também foi uma questão que chamou atenção dos operadores nesta semana. Após o número de casos do Coronavírus explodirem na Europa, Itália e França anunciaram o fechamento de muitos comércios. Em seguida, a Starbucks anunciou o fechamento de mais de 8 mil nos Estados Unidos. Já em sentindo contrário, a China começa a se restabelecer no mercado, inclusive para o consumo do café.
Já o consumo interno, aponta analistas, que não deve sofrer tantos impactos com a pandemia. Haroldo Bonfá, em entrevista ao Notícias Agrícolas, destacou que os supermercados do país estão bem abastecidos e apesar de, neste momento, muitas padarias e cafeterias estarem fechadas, ele acredita que o consumo do café em casa compensará as baixas.
A incerteza com os embarques futuros do café também sustentou os preços na última semana. Trabalhadores de Santos sinalizaram uma possível parada nos trabalhos, mas de acordo com o Ministério de Infraestrutura os portos de todo o país seguem operando dentro da normalidade.
Ainda sobre os embarques, o mercado também sinalizou preocupação com os containers da China e se seria possível embarcar para o país asiático após a crise severa que o mesmo enfrentou nos últimos dois meses. Segundo a CNA, os containers que foram pra China já estão voltando para o Brasil, o que também indica que os embarques deverão acontecer sem maiores problemas.
Mercado Interno
Os preços altos em Nova York deram suporte também para os preços do mercado físico brasileiro. Há dois meses os negócios no mercado interno registravam baixas nas negociações, em razão dos preços baixos que produtores enfrentaram desde o início de 2020. Em fevereiro, os principais contratos chegaram e ficar abaixo de 100 cents/lbp. Com as altas das últimas sessões, o físico também reagiu, registrando melhores preços ao produtor.
O tipo 6 duro encerrou com queda de 3,42% em Guaxupe/MG, sendo negociado por R$ 565,00. Poços de Caldas/MG teve desvalorização de 3,34%, valendo R$ 560,00. Em Patrocínio/MG a baixa foi de 2,46%, cotado por R$ 570,00. A queda mais expressiva foi em Varginha/MG, de 8,06% e negociado por R$ 570,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 3,17%, valendo R$ 610 em Guaxupé/MG. Poços de Caldas/MG teve queda de 3,03% em Poços de Caldas/MG, negociado por R$ 640,00. Patrocínio/MG registrou queda de 2,36%, cotado por R$ 620,00. Varginha/MG teve queda de 7,46%, negociado por R$ 620,00.
O tipo 4/5 registrou baixa de 6,35% em Varginha/MG, valendo R$ 590,00. Poços de Caldas/MG encerrou com baixas de 3,39%, negociado por R$ 570,00 e Franca/SP teve queda de 3,28%, negociado por R$ 590,00.
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