NOTÍCIAS

Café: Nova York e Londres têm dia estável enquanto mercado observa chuvas no Brasil

por Notícias Agrícolas

Postado em 10/11/2020

O mercado futuro do café arábica encerrou a sessão desta segunda-feira (9) com estabilidade para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US).

Dezembro/20 teve queda de 10 pontos, valendo 106,85 cents/lbp, março/21 subiu 10 pontos, negociado por 109,55 cents/lbp, maio/21 teve alta de 15 pontos, valendo 111,35 cents/lbp e julho/21 encerrou com alta de 10 pontos, negociado por 113 cents/lbp.

Segundo análise do site internacional Barchart, a falta de chuva no Brasil segue no radar do mercado. “Dados da Somar Meteorologia mostram hoje chuvas em Minas Gerais, a maior região produtora de café arábica do Brasil, medindo 8,2 mm na semana passada, ou apenas 19% da média histórica”, destacou a análise.

As informações internacionais vão de encontro com dados da Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, nesta segunda-feira (9), Mário Ferraz de Araújo – gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, que a situação é complicada porque além da falta de chuva, as temperaturas prejudicam as condições das lavouras.

Em setembro, após uma chuva mais expressiva, foi registrada uma florada generalizada em toda a região, mas como as chuvas não foram frequentes, o pegamento da florada não deve acontecer conforme o previsto. Após um ano de produtividade alta, como foi em 2020, a tendência é de safra com ciclo baixo no ano que vem. “Em comparação com 2019, último ano de bienalidade baixa, com certeza a safra vai ser menor”, afirmou Mário Ferraz.

A análise do Barchart destacou ainda que os preços subiram durante o pregão, ganhando apoio de notícias positivas para uma vacina contra a Covid. “está sendo desenvolvida pela Pfizer e BioTech SE preveniu mais de 90% das infecções em um estudo com milhares de voluntários, o estudo mais encorajador até agora no desenvolvimento de uma vacina Covid”, afirmou a publicação.

O aumento de casos do Coronavírus na Europa e nos Estados Unidos preocupam o setor cafeeiro em relação ao consumo da bebida. “O aumento de infecções por Covid em todo o mundo levou os governos a impor novas restrições que reduzirão o consumo de café. O vírus Covid já infectou 50,892 milhões de pessoas em todo o mundo, com mortes superiores a 1,264 milhão”, reforçou o Barchart.

No Brasil, o mercado físico teve um dia de movimentações mistas nas principais praças produtoras do país.

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 1,07% em Guaxupé/MG, valendo R$ 557,00, Araguarí/MG teve baixa de 1,75%, negociado por R$ 560,00. Poços de Caldas/MG teve alta de 0,98%, valendo R$ 515,00, Patrocínio/MG teve valorização de 1,87%, negociado por R$ 545,00. Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 570,00 e Campos Gerais/MG manteve o valor de R$ 553,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 0,83% em Guaxupé/MG, valendo R$ 600,00. Poços de Caldas/MG teve alta de 0,89%, valendo R$ 565,00, Patrocínio/MG registrou valorização de 1,71%, valendo R$ 595,00. Varginha/MG manteve o valor por R$ 610,00 e Campos Gerais/MG manteve a negociação por R$ 613,00.

O dia também foi de estabilidade na Bolsa de Londres, para as cotações do café tipo conilon. Janeiro/21 teve queda de US$ 3 por tonelada, valendo US$ 1347, março/21 teve baixa de US$ 2 por tonelada, valendo US$ 1361, maio/21 registrou queda de US$ 2 por tonelada, valendo US$ 1374 e julho/21 também encerrou com queda de US$ 2 por tonelada, valendo US$ 1390.

O café conilon chegou a subir no pregão, devido às preocupações com a safra do Vietnã. “O tufão Molave ​​no final do mês passado atingiu o Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta, e danificou colheitas e infraestrutura nas Terras Altas Centrais do Vietnã, o que atrasará a colheita de café do Vietnã”, disse a análise.

Especialistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas acreditam que caso as chuvas continuem expressivas no país asiático, a colheita pode ter um atraso de até um mês no maior produtor de café tipo conilon do mundo. Caso as projeções se confirmem, o atraso na colheita e o excesso de água podem impactar diretamente na qualidade do café vietnamita.

Notícias Relacionadas