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Café: produção na área da Cocapec deve diminuir 40% em 2019

por Agência SAFRAS:

Fábio Rübenich

A colheita da safra 2019 de café na área de atuação da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), que abrange 13 municípios da região da Alta Mogiana, em São Paulo, e algumas cidades de Minas Gerais, já começou. Os números de produção, no entanto ainda, são incipientes, representando, no máximo, 0,5% do total esperado para a safra 2019.

Em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, o superintendente da Cocapec, Ricardo Lima de Andrade, aponta que a produção nos 95 mil hectares sob supervisão da cooperativa deve diminuir cerca de 40% em relação ao volume colhido no ano passado, que somou 2,7 milhões de sacas de 60 quilos, por conta da bienalidade do café arábica, que alterna um ano de alta carga com outro de baixa.

“Aqui, na Alta Mogiana, o efeito da bienalidade vai ser mais acentuado na comparação com outras áreas cafeeiras, já que trabalhamos com alto grau de mecanização da colheita. Com isso, o esqueletamento (poda) é prática muito utilizada. Muitas lavouras, praticamente, vão ter produção zerada diante desta intervenção”, disse Andrade.

Como os meses de dezembro e janeiro foram “bem quentes” e as temperaturas continuam altas, ao mesmo tempo em que as chuvas persistem, a maturação do cafezal foi adiantada e a colheita iniciou com cerca de 15 dias de antecedência. No entanto, efetivamente, os trabalhos só devem estar mais acelerados a partir da segunda quinzena de maio.

Quanto ao mercado, os preços estão muito abaixo daqueles registrados no mesmo período do ano passado. O café arábica tipo 6 na área da Cocapec tem preço hoje girando entre R$ 375,00 a R$ 380,00 a saca, com queda de 17% em comparação com 12 meses atrás, quando o preço era de cerca de 460,00 reais.

Conforme o superintendente da Cocapec, estes níveis já não estão cobrindo os custos nem mesmo daqueles produtores mais eficientes, e afetam principalmente a cafeicultura familiar. Segundo ele, o Governo Federal tem trabalhado para auxiliar os cafeicultores. “Recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) foram redefinidos, os preços mínimos foram reajustados e tem se cogitado até mesmo o lançamento de contratos de opção de venda, que é um mecanismo moderno. Enfim, medidas propositivas têm sido tomadas, há algo sendo feito… Se é suficiente, não sei, mas também temos que entender as dificuldades do Governo em termos de agenda”, ponderou.

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