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Caminhoneiro que bloquear rodovia será punido, afirma Cardozo

por Estadão Conteúdo:

Multas podem chegar a R$ 10 mil por hora, dependendo da estrada

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falou na tarde desta quinta-feira (26/2), sobre a greve dos caminhoneiros. Na visão dele, houve uma redução do movimento desde que um acordo foi assinado na madrugada. Ele admitiu, no entanto, que houve dificuldade para identificar os líderes e foi preciso se criar um processo de diálogo. “O governo manifestou o desejo de não só tomar as medidas possíveis como realizar diálogos”, observou. Ele classificou as reuniões de quarta-feira entre caminhoneiros, empresários e governo como “muito importantes e significativas”. “A pauta que era apresentada pelos caminhoneiros foi atendida em sua maioria”, afirmou. O governo, porém, não cedeu em relação ao preço do diesel – a categoria pedia a redução em R$ 0,50 e obteve apenas o congelamento do valor atual.

Cardozo afirmou que medidas serão tomadas contra os caminhoneiros que desrespeitarem o acordo e liminares obtidas na Justiça. Segundo ele, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai aplicar multas de trânsito para quem estiver obstruindo as vias. Identificados, os motoristas terão de arcar também com as multas emitidas pela Justiça contra o movimento, que vão de R$ 5 mil a R$ 10 mil por hora, a depender da estrada.

O ministro disse, ainda, que a Polícia Federal vai investigar denúncias de que empresários estariam incitando o movimento de paralisação dos caminhoneiros. Segundo Cardozo, “há notícias de diversos ilícitos” e todos serão apurados pela Polícia Federal. “Pedi que a PF dê prioridade a esses inquéritos. Pessoas estão sendo impedidas de circular e há também proprietários de empresa que estão tentando liderar o movimento”, explicou o ministro.

Questionado sobre os possíveis prejuízos econômicos, ele afirmou que é impossível, neste momento, mensurar as perdas. Minutos antes de o ministro da Justiça conceder entrevista coletiva, o Comando Nacional do Transporte registrou uma nota no Palácio do Planalto lamentando a criminalização do movimento grevista. “Não é aplicando multas, tampouco colocando a polícia para bater em pais de família, que as coisas vão se resolver”, diz o documento.

A nota pede uma “audiência emergencial” do Comando com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Três caminhoneiros integrantes do movimento estiveram na sede do governo, mas não foram recebidos pelo ministro, que participa de uma reunião e um evento oficial. “Estamos em Brasília e aguardamos o retorno das autoridades constituídas”, sugere a nota.

Os caminhoneiros que estiveram no Planalto foram Ivar Schmidt, Márcio José Correa e Celso Dal Bosco. Schmidt afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que os caminhoneiros estão deixando as rodovias para cumprir liminares da Justiça – mas que já estão voltando às estradas para reiniciar os protestos. O Comando afirma que o acordo fechado entre governo e sindicatos de caminhoneiros não será aceito e ameaça bloquear carros de passeio nas estradas – o que não foi feito até agora. “Estamos organizados em aproximadamente 100 líderes espalhados em cerca de 128 pontos pelo Brasil. E a adesão não para de crescer. Já há disposição de bloquear veículos de passeio”, afirmam em nota entregue no Palácio do Planalto.

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