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Carvalhaes: Fatores externos ao mercado de café derrubaram forte a cotação do café em Nova Iorque na semana.

por Boletim Carvalhaes:

Na segunda e na terça-feira, o colapso nos preços do petróleo com a queda vertiginosa em seu consumo, em decorrência da crise econômica mundial com a pandemia da covid-19, levou os contratos para maio próximo do petróleo tipo WTI referência americana (estavam sendo rolados para julho. O “First Notice Day” foi na terça-feira, dia 21) a ser negociados em valores negativos, uma situação inédita, que espantou o mercado financeiro e ganhou as manchetes ao redor do mundo. Nos mesmos dias, segunda e terça-feira, estavam sendo rolados para julho os últimos contratos de café com vencimento em maio próximo na ICE Futures US.

O mau humor no mercado financeiro e a queda histórica no petróleo acabaram contaminando as rolagens dos contratos de café. Os contratos para maio caíram 240 pontos na segunda-feira e 400 pontos na terça-feira (feriado nacional no Brasil).

Na quarta-feira, pós “First Notice Day”, Nova Iorque fechou com 55 pontos de alta (agora nos contratos para julho próximo). Na quinta-feira abriu em alta que chegou a passar dos 200 pontos e depois refluiu, fechando com alta de apenas 35 pontos, com a disparada do dólar frente ao real (subiu nesse dia 2,22%). Hoje os contratos de café na ICE trabalharam em forte baixa por todo o pregão. Os com vencimento em julho próximo fecharam com perdas de 565 pontos. Na semana esses contratos para julho recuaram 1080 pontos. O dólar hoje subiu 2,5% frente ao real.

Em reais por saca esses contratos fecharam na sexta-feira passada valendo R$ 813,86. Na sexta-feira, dia 24, fecharam a R$ 800,23. Portanto, em reais, os contratos de café em Nova Iorque encerram a semana com pouca oscilação.

A forte queda de sexta-feira, dia 24, e o fechamento quinta-feira, dia 23, apenas com uma pequena alta, foram reflexo do sério agravamento da crise política brasileira, a partir da tarde de ontem, que culminou, lamentavelmente, com o pedido de demissão, com um discurso contundente contra o presidente Jair Bolsonaro, do ex-juiz Sérgio Moro, agora ex ministro da justiça.

A escalada do dólar frente ao real, 8,3% em uma semana, influenciou fortemente a queda das cotações do café em Nova Iorque nesta semana. O Brasil é o maior produtor mundial de café e responsável por mais de um terço do abastecimento global. Com estoques mundiais baixos, é forte e imediato o reflexo na ICE de tudo que acontece por aqui.

Com os mercados globais em suspense com o derretimento do preço do petróleo, compradores e vendedores se mostraram cautelosos no mercado físico brasileiro de café. Continua a preocupação dos operadores com os problemas que a covid-19 pode vir a trazer para os embarques de café e para a colheita da nova safra 2020/2021.

Há muito interesses por lotes de arábica finos, bastante raros neste final de ano-safra. Não nos recordamos de outro final de ano-safra com tão pouca oferta de café no mercado físico brasileiro.

Apesar de não serem registrados problemas com os embarques de café, enquanto a pandemia não for controlada as incertezas continuarão rondando e trazendo insegurança ao mercado. A situação nos demais países produtores de café é ainda mais preocupante, principalmente pela falta de estrutura para enfrentar uma pandemia.

Hoje completa um mês que o Escritório Carvalhaes passou a trabalhar, por tempo indeterminado, em regime de “Home Office”, atendendo às determinações do governo do Estado de São Paulo e da administração municipal da cidade de Santos para combater a pandemia da covid-19.

Até dia 24, os embarques de abril estavam em 1.054.272 sacas de café arábica, 87.967 sacas de café conillon, mais 150.220 sacas de café solúvel, totalizando 1.292.459 sacas embarcadas, contra 1.459.863 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.665.086 sacas, contra 2.663.076 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17 sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 24, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 1.080 pontos ou US$ 14,28 (R$ 80,95) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 813,86 por saca, e sexta-feira, dia 24 a R$800,23. Na sexta-feira, dia 24, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 565 pontos.

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