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Carvalhaes: Semana difícil para os negócios de café
por Carvalhaes:
As cotações na ICE Future US em Nova Iorque oscilaram bastante e os contratos com vencimento em julho próximo perderam no período 280 pontos. Refletindo as incertezas e o descontrole na economia brasileira, a cotação do dólar frente ao real também oscilou muito e fecha a semana um pouco abaixo dos três reais.
O mercado físico brasileiro sofre com esse cenário. Os compradores, em meio aos boatos e a insegurança com os desdobramentos da grave crise econômica e política vão, lentamente, dia após dia, derrubando os preços, tentando convencer os produtores a vender o que resta da safra atual. Muitos cafeicultores resistem, sabendo que é pouco o café que ainda existe e que a próxima safra será menor que as necessidades de exportação e consumo. Alguns, desanimados e precisando do espaço das tulhas e caixa para os trabalhos de colheita, começam a vender nas bases oferecidas pelo mercado.
Na sexta-feira, dia 8, na parte da tarde, o CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil divulgou as exportações brasileiras de café no mês de abril. Elas ficaram em 2 999 431 scs. Faltando ainda os embarques de maio e junho para fecharmos o ano safra 2014/2015, nossas exportações já somam 30 743 287 sacas e são poucas as dúvidas de que bateremos nosso recorde histórico de volume exportado em um ano safra. O atual recorde, 35 271 463 scs, pertence ao ano safra 2010/2011. Faltam portanto 4 528 176 scs, uma média de 2 264 088 sacas por mês em maio e junho, para chegarmos ao novo recorde. Essa é a razão mais forte para o descrédito de muitos traders e analistas com os números divulgados pela CONAB e PROCAFÉ. Somando-se essa exportação 2014/2015 com o consumo interno brasileiro estimado pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, de pouco mais de 20 milhões de sacas, chegaremos a um volume de mais de 55 milhões de sacas utilizadas no período. Bem acima dos números estimados de produção.
O que muitos perguntam é qual será o estoque remanescente no final de junho próximo. Certamente muito pequeno. Apesar de o cenário parecer preocupante, os números apontam para um equilíbrio precário e de fácil sustentação de preços com um apoio aos produtores.
A inflação acima da meta, o dólar em alta, combustíveis e energia elétrica com grandes reajustes, juros mais altos, tudo conspira para um forte aumento de custos para o cafeicultor brasileiro, que começa a colher sua nova safra preocupado com a pressão dos compradores sobre os preços do café.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de abril foram embarcadas 2.999.431 sacas de 60 kg de café aproximadamente 4% (117.995 sacas) a menos que no mesmo mês de 2014 e 4% (113.365 sacas) a menos que no último mês de março. Foram 2.209.301 sacas de café arábica e 523.379 sacas de café conillon, totalizando 2.732.680 sacas de café verde, que somadas a 266.751 sacas de solúvel e 1.433 sacas de torrado, totalizaram 2.999.431 sacas de café embarcadas.
Até o dia 7, os embarques de maio estavam em 204.491 sacas de café arábica, 28.547 sacas de café conillon, mais 19.527 sacas de café solúvel, totalizando 252.565 sacas embarcadas, contra 411.238 sacas no mesmo dia de abril. Até o dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 484.454 sacas, contra 635.305 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 30, quinta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 8, caiu nos contratos para entrega em julho próximo, 280 pontos ou US$ 3,70 (R$ 11,04) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 30 a R$ 546,73 por saca e hoje, dia 8, a R$ 531,32 por saca.
Na sexta-feira, dia 8, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 295 pontos.
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