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Cecafé promove melhores práticas de utilização dos recursos hídricos
por Cecafé:
A água é a base da vida no planeta e, portanto, utilizá-la de maneira inteligente é fundamental. Em vários segmentos econômicos, a gestão deste recurso natural nos processos produtivos se tornou imprescindível e, no universo do café, é uma marca registrada.
O Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, por exemplo, mantém, dentro do programa Produtor Informado, um módulo específico sobre o manejo de água, compartilhando, tanto em aulas teóricas quanto em dias de campo, as melhores práticas junto aos produtores.
Segundo Luciana Florêncio, diretora-executiva do Cecafé, o café brasileiro é sustentável em todos os seus processos e o uso correto da água é parte importante disso. “Os produtores têm investido continuamente em novas tecnologias que permitem não só reaproveitar a água, mas também devolvê-la à natureza, mantendo sempre o equilíbrio da natureza e do meio ambiente na qual o setor está envolvido”, completa a executiva.
Hoje, segundo dados da Fundação Procafé, a cafeicultura brasileira utiliza um nível muito baixo de água, cerca de mil litros por hectare/ano em média em uma produção padrão de café. Para se ter uma ideia, apenas 270 mil hectares de terra utilizam o recurso natural em seus processos de irrigação (grande parte na complementar), número irrelevante se considerarmos que o país possui 2,7 milhões de hectares trabalhando com o café. “Quando acontece períodos críticos, de muita seca, a maioria dos produtores trabalha com sistema de irrigação localizada, o que reduz ainda mais o consumo”, explica Luciana.
Nas pulverizações, por exemplo, o gasto de água é de cerca de mil litros em média por ha/ano. Já no preparo da pós-colheita, o consumo do recurso natural é quase inexistente, pois grande parte da produção brasileira é natural, sem despolpamento.
Para atingir este nível, o setor vem investido muito em tecnologia de ponta em seus processos produtivos para reaproveitar ao máximo a água que utiliza. No que diz respeito à irrigação, o café brasileiro está na vanguarda dos processos que fazem boa utilização da água.
Um outro estudo feito pela Embrapa Café mostra que cerca de 25% a 30% da área brasileira de cultivo de café no país utiliza métodos de irrigação modernos, com equipamentos que reduzem o uso para uma média de mil litros de água por quilo de café. Número representativo, uma vez que resulta em uma queda de 50% de consumo do recurso natural em relação há 5 anos.
Um exemplo de tecnologia de ponta para reduzir o consumo de água no processo de irrigação do café é o Estresse Hídrico Controlado. Com este sistema, o produtor consegue suspender a irrigação por até 72 dias durante o período de seca, sem comprometer a qualidade do fruto.
No caso do preparo por via úmida para cafés despolpados, parte dos produtores utiliza o Sistema para Limpeza de Águas Residuais (SLAR), desenvolvida pelo Consórcio Pesquisa Café, que congrega esforços de três importantes entidades: Embrapa Café, INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural) e EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas gerais). A SLAR atua removendo os resíduos sólidos extraídos do processamento dos frutos do café por via úmida. Na prática, essa água residual coletada pelo sistema é rica em matéria orgânica e nutrientes que são utilizados na fertirrigação (processo muito usado na lavoura e que substitui parte da adubação na plantação), reduzindo, assim, o consumo de água em até 76%. Nestes casos, por exemplo, gasta-se, em média, 0,5 litros de água por litro de café/frutos processados, bem abaixo dos cerca de 3 ou 4 litros necessários em um processo comum.
“Graças a um trabalho de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias muito bem feito ao longo dos anos por institutos de pesquisa como Fundação Procafé e Embrapa, somado aos investimentos das empresas na implementação de melhorias, o setor evoluiu muito. É fundamental continuarmos neste caminho para que a cafeicultura se desenvolva sempre de forma sustentável, trazendo valor agregado não só para a cadeia produtiva, mas para os consumidores de café no mundo todo”, completa a executiva.
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