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Cepea: comercialização da safra 2019/20 ultrapassa 65% do total

por Agência Estado:

A recente forte recuperação nos preços externos e internos dos cafés arábica e robusta tem atraído agentes ao mercado e, com isso, elevado a liquidez doméstica. Assim, os negócios envolvendo o café da safra 2019/20 – e também os da próxima temporada – apresentam bom ritmo.

Especificamente para o café arábica, até semana passada, a comercialização da safra 2019/20 já havia superado os 70% do volume total colhido entre as regiões acompanhadas. Vendas foram registradas para grãos de diferentes características, com destaque para os de qualidade boa a superior, que tem sido bastante demandado. Ressalta-se que o percentual deste tipo de café é baixo nesta safra, resultado do clima desfavorável na colheita e em boa parte do desenvolvimento do grão.

Até a semana passada, o Noroeste do Paraná registrava o maior percentual de arábica já comercializado, de 85 a 90%. Na Zona da Mata (MG), esse número é de aproximadamente 80%. No Cerrado e Sul Mineiro, a venda de cafés soma de 70 a 80% da safra. Nas regiões paulistas de Mogiana e Garça, os volumes negociados ultrapassam os 70%.

Apesar do atual forte ritmo de negócios, colaboradores esperam que a liquidez diminuía nas próximas semanas e no início de janeiro. Neste período do ano, vale lembrar, muitos cafeicultores se atentam à questão fiscal, devendo, ao menos, aguardar o início de 2020 para voltar ao mercado. Além disso, com o bom volume já comercializado até o momento, boa parte dos produtores conseguiu aliviar o caixa.

Em relação aos preços, nessa segunda-feira, 9, Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 545,00/sc, elevação expressiva de 8% em relação à segunda anterior, 02.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Março/20 fechou a 128,40 centavos de dólar por libra-peso, também alta de 8% no mesmo comparativo. A alta dos futuros esteve atrelada à redução dos cafés de maior qualidade em origens como Brasil, Colômbia e América Central e à maior liquidez no País, que pode restringir a oferta internacional no curto prazo. Quanto ao dólar, finalizou a R$ 4,133, desvalorização de 1,9% em sete dias.

Quanto ao robusta, até a semana passada, de 65 a 75% dos grãos da safra 2019/20 haviam sido negociados no Espírito Santo. Em Rondônia, o volume comercializado é de 90 a 95% do total colhido.

Assim como para o arábica, produtores de robusta podem seguir retraídos nas próximas semanas. Além da questão fiscal e do caixa mais confortável, a expectativa da intensificação da colheita da safra do Vietnã e a possível queda das cotações externas podem reforçar a retração de vendedores brasileiros.

O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 abriu a segunda-feira, 10, a R$ 315,43/sc de 60 kg, enquanto o tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 304,43/sc, ambos com elevação de 0,3% em relação ao dia 2 – a retirar no Espírito Santo.

Análise do mercado cafeeiro elaborada pela Equipe Café CEPEA/ESALQ.

Equipe: Dra. Margarete Boteon, Laleska Moda, Renato Garcia Ribeiro e Fernanda Geraldini.

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