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Cepea: de olho no clima, mercado segue lento no Brasil em outubro

por Agência Estado:

As negociações envolvendo o café arábica têm seguido em ritmo muito lento no mercado doméstico em outubro, reflexo da forte retração vendedora. A ausência de boa parte dos produtores do spot, por sua vez, se deve às preocupações quanto ao clima no País.

Após a abertura das floradas em meados de setembro, muitos cafeicultores se mostraram apreensivos com as altas temperaturas e poucas chuvas registradas nas semanas seguintes.

Nas regiões da Mogiana (SP), Zona da Mata (MG), Sul e Cerrado Mineiro, mais precipitações são essenciais para o pegamento das flores. Já em Garça (SP) e no Noroeste do Paraná, as flores abertas em setembro já tiveram o pegamento adequado, devido ao auxílio das chuvas no final daquele mês. A continuidade das precipitações, entretanto, ainda é necessária para o bom desenvolvimento dos chumbinhos.

De modo geral, a maior parte das lavouras de arábica necessita de bons volumes de chuvas para a melhor recuperação fisiológica das plantas. Uma parcela dos cafezais está desfolhada, o que pode comprometer o enchimento dos grãos nestes pés.

Assim, clima predominantemente seco poderia prejudicar o desenvolvimento da safra 2020/21 e, consequentemente, influenciar os preços. Agora, caso as chuvas retornem até o final deste mês, agentes não acreditam em grandes impactos para a próxima temporada.

Com produtores afastados do mercado, o volume total comercializado da safra 2019/20 segue baixo em outubro, tendo pouca variação em relação ao mês anterior. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, a região que mais negociou é o Noroeste do Paraná, com cerca de 55 a 70% da safra 2019/20 vendida até o dia 18 deste mês. Na Zona da Mata, cerca de 50 a 65% dos grãos também já foram adquiridos.

Na Mogiana, Sul e Cerrado Mineiro, a comercialização do café arábica está entre 40 e 60% do total da safra 2019/20. Em Garça, de 45 a 50% dos grãos produzidos nesta safra foram vendidos até a semana passada.

ROBUSTA

Produtores também estão atentos ao clima. A maior parte das flores da safra 2020/21 já teve o pegamento no Espírito Santo e em Rondônia e, agora, os cafezais estão em fase de desenvolvimento do chumbinho.

Assim, agora as chuvas são necessárias para a formação dos chumbinhos em ambos os estados – no caso do Espírito Santo, as precipitações também são essenciais para a formação de novas folhas nos cafezais.

Com produtores afastados do mercado, o volume comercializado de robusta em outubro não apresentou variação em relação a setembro. No Espírito Santo, a quantidade de café da safra 2019/20 vendida até o dia 18 deste mês segue entre 40 e 55% do total. Em Rondônia, entre 70 e 80% foi negociado.

Análise do mercado cafeeiro elaborada pela Equipe Café CEPEA/ESALQ.

Equipe: Dra. Margarete Boteon, Laleska Moda, Renato Garcia Ribeiro e Fernanda Geraldini.

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