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Chuva em plena colheita faz Bolsa de Nova York subir mais de 300 pts nesta 3ª feira

por Notícias Agrícolas:

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (21) com altas de cerca de 300 pontos. O mercado externo registrou movimentos desencadeados por preocupações com a safra 2019/20 do Brasil e câmbio.

Os lotes com vencimento para julho/19 tiveram alta de 300 pontos, a 92,90 cents/lb e o setembro/19 subiu 290 pontos, a 95,15 cents/lb. O contrato dezembro/19 fechou o dia com ganhos de 285 pontos, a 98,65 cents/lb e o março/20 registrou 102,10 cents/lb e 275 pontos de avanço.

“Os preços do café subiram acentuadamente nesta terça-feira com o arábica para em uma alta de 3 semanas cobertura de posições vendidas com a preocupação de que as fortes chuvas no Brasil atrasarão a colheita e a secagem do café brasileiro”, destacou o Barchart.

Ainda de acordo com o site internacional de mercado de commodities, dados meteorológicos mostram que as precipitações em Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, totalizaram de 50,3 mm na semana passada ou 316% da média histórica. A previsão para os próximos dias é de tempo mais firme.

Produtores que relataram muitas preocupações com as chuvas.”Estamos começando os trabalhos de forma manual, porque não tem como colocar as máquinas no campo”, disse Sérgio Dadona, produtor de café em Coromandel (MG), que relatou não ter visto condição parecido há mais de 30 anos.

Em sua segunda estimativa para a safra 2019/20, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) chegou a divulgar na semana anterior que a produção brasileira poderia chegar a 50,92 milhões de sacas, com queda de 17,4% ante a anterior de 2018, que foi recorde na história do país.

“O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior. Já a produção de conilon está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% em relação a 2018”, disse a Conab.

 

Além das preocupações com a safra brasileira, o mercado do café arábica na ICE também ganhou força na sessão com as oscilações cambiais. Às 17h07, o dólar comercial caía 1,39%, a R$ 4,048 na venda. A moeda estrangeira mais baixa tende a desencorajar as exportações da commodity, mas em compensação dá suporte aos preços externos.

Mercado interno

Acompanhando o cenário externo, com picos de alta em alguns dias, o mercado brasileiro de café arábica registrou valorização em alguns tipos de café. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que o andamento da colheita no Brasil tem deixado produtores mais ativos no mercado, porque eles precisam se capitalizar.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 428,00 e alta de 1,66%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,53% e saca a R$ 405,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 395,00 e alta de 1,28%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 400,00 e alta de 1,52%. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,60% e saca a R$ 395,00.

Na segunda-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,04 e queda de 0,32%.

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