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Clima pode ajudar na recuperação dos preços

por Carvalhaes:

Depois de um mês de janeiro e metade de fevereiro com chuvas insuficientes e temperaturas acima da média histórica para esta época do ano, choveu esta semana em boa parte dos cafezais do sudeste brasileiro. Se as chuvas persistirem neste final de fevereiro e em março, devem estancar as perdas que já estavam se avolumando em muitas regiões produtoras de café.

A ferrugem do cafeeiro pode reduzir a produção do Brasil em até 35%, alertam pesquisadoras do IAC – Instituto Agronômico de Campinas e do IB – Instituto Biológico (IB), ambos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Segundo as pesquisadoras, a doença está amplamente distribuída em todas as regiões produtoras de café no País. “Este ano a doença está muito agressiva em virtude do clima, com altas temperaturas e chuvas desuniformes. Foi muita chuva em novembro e pouca em dezembro, quando esquentou muito”. Essas condições favorecem a disseminação da ferrugem. Os volumes das chuvas de janeiro foram menores que os esperados em algumas regiões de São Paulo, mas as temperaturas médias mínimas foram maiores do que a média histórica, algo favorável para a doença (Globo Rural – Veja mais informações na seção EXTRA de nosso site).

O mercado de café teve uma semana negativa. Os contratos de café na ICE em Nova Iorque, em meio ao usual sobe e desce, fecharam o balanço destes cinco dias com perdas. Os com vencimento em maio próximo caíram 165 pontos no período e fecharam hoje a um dólar a libra peso, chegando a trabalhar abaixo desse patamar ao longo da semana.

O ambiente no mercado físico brasileiro é de desânimo. As bases de preço são baixas e apenas lotes de café arábica de melhor qualidade foram comercializados na faixa dos quatrocentos reais ou um pouco acima. Nos preços atuais nem os cafeicultores mais eficientes, com alta produtividade por hectare e situados em regiões com clima privilegiado, conseguem ter lucro.

Saindo de anos de safra ruim devido às secas que assolaram os cafezais nos últimos anos, tiveram uma boa safra em 2018 e assim esperavam começar a recuperar os prejuízos. Mas assistiram os preços do café recuarem enquanto subiam os custos dos principais insumos de produção. Em 2018 subiram forte os preços dos fertilizantes, defensivos, combustíveis, transportes e energia elétrica.

Apesar dos preços baixos acabam saindo negócios todos os dias, mas os compradores reclamam da dificuldade em encontrar vendedores nas bases de preço que oferecem. Os produtores sempre aguardam até o último momento para vender, na esperança de uma reação das cotações em Nova Iorque que diminua o tamanho de seus prejuízos.

A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.054.938 em 31 de janeiro de 2019. Uma baixa de 78.053 sacas em relação às 6.132.991 sacas existentes em 31 de dezembro de 2018.

Até dia 21, os embarques de fevereiro estavam em 1.626.767 sacas de café arábica, 57.493 sacas de café conillon, mais 132.877 sacas de café solúvel, totalizando 1.817.137 sacas embarcadas, contra 1.749.620 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 22, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 2.664.363 sacas, contra 2.705.951 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento do dia 22, caiu nos contratos para entrega em maio, próximo 165 pontos ou US$ 2,18 (R$ 8,15) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 15 a R$ 498,18 por saca, e dia 22 a R$ 494,73. Na sexta-feira, dia 22, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos.

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