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Clima reduz expectativa de safra de café na Colômbia
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Clima reduz expectativa de safra de café na Colômbia

por Revista Globo Rural: Avaliação é da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), que demonstra preocupação com a atual situação do mercado global A produção de café da Colômbia deve ter uma queda neste ano. De acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), problemas climáticos causados pelo fenômeno El Nino comprometeram parte da produção para este primeiro semestre, levando a uma revisão dos números de colheita de 2016. Para a primeira metade do ano, a expectativa era de colher 6,7 milhões de sacas. No entanto, por causa do clima, o número foi revisado para 5,6 milhões de sacas. Já para a segunda metade de 2016, é esperada uma recuperação, fazendo com que safra total termine com um volume entre 13 milhões e 13,5 milhões de sacas. Em 2015, a colheita tinha sido de 14,175 milhões. “Do ponto de vista econômico, o produtor vai sofrer porque 1 milhão de sacas a menos no primeiro semestre é US$ 1,2 milhão a menos para o produtor colombiano”, afirma o gerente geral FNC, Roberto Vélez. Ele participou entre os dias 4 e 5 de maio do Seminário Internacional do Café, no Guarujá (SP). Velez avalia o cenário do mercado internacional de café como preocupante. Segundo ele, os preços atuais na Bolsa de Nova York não apontam para remuneração do produtor colombiano. E devem se manter nesses níveis, variando entre US$ 1,19 e US$ 1,25 por libra. Além disso, o peso, que tinha sofrido uma desvalorização em relação ao dólar, voltou a se fortalecer. A cotação caiu de 3.400 pesos por dólar para 2.900. “O produtor não está ganhando bem e isso preocupa. A situação é complicada porque estamos muito próximos do custo de produção”, diz o gerente geral da FNC, sem deixar de mencionar o foco da produção local em cafés de alta qualidade. Do lado da demanda, Roberto Vélez demonstra preocupação com a desaceleração da atividade econômica em regiões que são importantes compradoras do café colombiano. Segundo ele, mesmo com o consumo em crescimento, de um modo geral, há uma dificuldade para o segmento de cafés especiais. “Para nós, é importante que economias desenvolvidas, como a europeia, fiquem bem”, diz. Recuperação Independente dos problemas enfrentados neste ano, especialmente por causa do clima, as últimas temporadas têm sido de recuperação da safra de café colombiana. Para se ter uma ideia, em 2013, a colheita foi de 10,88 milhões de sacas. O número passou para 12,14 milhões em 2014 e 14,17 milhões de sacas no ano passado. A situação é bem diferente da vivida entre 2009 e 2012, quando os cafezais não chegavam a produzir 10 milhões de sacas, de acordo com dados da própria Federação Nacional. Neste período, o volume colhido se manteve entre 7,81 milhões (2009) e 7,74 milhões (2012), chegando a um pico de 8,92 milhões de sacas em 2010. Roberto Vélez explica que a retomada dos volumes ocorreu em função de um programa desenvolvido pelos produtores em conjunto com o governo, com ênfase na renovação do parque cafeeiro local. O trabalho foi feito em cerca de 600 mil hectares. Atualmente, lavouras que tinham idade média de 12 anos, estão com sete. “Nossa capacidade de produção está entre 14,5 milhões e 15 milhões de sacas. Nossa cafeicultura está mais jovem, tecnificada e resistente à ferrugem”, garante o gerente geral da FNC, em referência à doença causada por fungo que ataca as folhas dos cafezais. De acordo com o representante dos cafeicultores colombianos, o principal problema enfrentado hoje é a broca do café, que provoca fortes perdas de produtividade. Atualmente, os cafezais colombianos têm 70% de variedades resistentes à praga. Em 2011, eram 30%. Mas a questão climática potencializa a ocorrência do inseto que ataca os frutos. “Com temperaturas muito altas, a broca se reproduz rápido e pode atacar fortemente”, explica.