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CNA: preço do café ainda não reagiu, apesar do clima adverso

por Estadão Conteúdo:

Seca do fim do ano passado e janeiro deste ano prejudicou a produtividade

As atuais cotações do café estão aquém do esperado pelos produtores. “Há uma expectativa de queda na produção, mas os preços ainda não aumentaram como o aguardado”, afirmou Breno Mesquita, presidente da Comissão de Cafeicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e também diretor da Comissão de Cafeicultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

Hoje, no Estado, a cotação média da saca de 60 kg está entre R$ 400 e R$ 430. Mesquita, que participou nesta segunda-feira, (08/6), do lançamento da Semana Internacional do Café 2015, na sede da Faemg, explicou que a seca do fim do ano passado e janeiro deste ano prejudicou a produtividade, como já se pode observar em áreas com colheita iniciada, como sul e Zona da Mata de Minas e Espírito Santo. Segundo ele, com base nas previsões da Fundação Procafé, o Brasil terá uma safra de 40 milhões a 43 milhões de sacas.

Minas deve produzir entre 20 milhões e 21,5 milhões de sacas. “O País teria potencial para produzir tranquilamente entre 46 milhões e 48 milhões de sacas, mas a seca castigou”, declarou. O dirigente comentou, ainda, que estará nesta terça-feira, (09/6), em Brasília (DF) para pressionar para que os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) cheguem mais rápido ao produtor. “Mais importante do que se o dinheiro vai dar ou não é o tempo para que ele chegue na mão do produtor. É importante (os recursos) para o produtor administrar a safra de uma maneira que possa comercializar acima do custo de produção”, disse.

Para este ano, o orçamento do Funcafé é de R$ 4,136 bilhões distribuídos em linhas de crédito para financiamentos de apoio ao setor. Já sobre o preço mínimo da commodity, Mesquita observou que o governo prometeu revisar o valor, em breve. Além disso, há a intenção de agregar instituições, como a Universidade Federal de Lavras (UFLV), de Viçosa e a Embrapa, para ajudar no desenvolvimento de uma metodologia de cálculo de custo de produção.

Exportações

As exportações de café de Minas Gerais recuaram 5,64% em volume nos quatro primeiros meses do ano ante o mesmo período do ano passado, mas aumentaram 22,2% em receita na mesma base de comparação. Os dados são da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de Minas Gerais (Seapa), com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Para o secretário de Agricultura do Estado, João Cruz Reis Filho, o produtor está retendo a produção na esperança de melhores preços.

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