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CNC – Balanço Semanal CNC de 03 a 07/07/2017

por P1 / Ascom CNC:

Brasil apresentará ações sustentáveis em Fórum Mundial de Produtores de Café e cobrará compartilhamento dos gastos com toda a cadeia produtiva

FÓRUM MUNDIAL DE PRODUTORES DE CAFÉ — Na sexta-feira, 30 de junho, foi realizada reunião do Conselho Diretor do CNC, oportunidade em que definimos o posicionamento a ser apresentado pelo presidente executivo Silas Brasileiro, em nome do Brasil, no painel “Sustentabilidade Econômica do Produtor de Café” do Fórum Mundial de Produtores de Café, que ocorrerá em Medellín, na Colômbia, de 10 a 12 de julho.

Conforme o posicionamento consensual obtido na reunião, iremos apresentar as ações que o Brasil desenvolve para a preservação do meio ambiente e a geração de empregos e renda a milhões de pessoas, chamando a atenção à necessidade de os demais segmentos da cadeia produtiva compartilharem esses custos para que a sustentabilidade na cafeicultura seja exercida, de fato, em seu tripé ambiental, social e, principalmente, econômico.

Também no Fórum Mundial, a diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) – entidade membro do CNC –, Vanusia Nogueira, será oradora no painel “Adaptação a Alterações Climáticas na Produção de Café”, quando apresentará o resultado dos investimentos em pesquisa e tecnologia que o País tem implantado para prevenir ou mitigar os efeitos causados pelas mudanças climáticas na cafeicultura.

O Fórum contará com a participação de atores de todos os setores da cadeia produtiva, mas dedica atenção especial aos produtores, tornando-se o principal evento destinado a este segmento em quase vinte anos. É válido salientar que a parceria entre Brasil e Colômbia é fundamental para a produção cafeeira internacional, em especial no que diz respeito ao suprimento da demanda mundial por café arábica.

Em visita ao CNC, no mês de abril, o gerente geral da Federación Nacional de Cafeteros, Roberto Vélez, destacou que, graças aos esforços que o Brasil realizou para aumentar a produtividade, o mundo possui produto suficiente para ter garantido o seu abastecimento. Entretanto, colombianos e brasileiros detectam algumas ameaças futuras, como as mudanças climáticas, a volatilidade de preços, a concentração da indústria e a sucessão familiar. Assim, o Fórum Mundial surgiu com o intuito de debater essas questões e criar uma agenda positiva dos países produtores.

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Além de fomentar a união de esforços entre essas nações cafeeiras, o CNC entende que o evento também será uma oportunidade para compartilharmos conhecimentos, evidenciarmos a sustentabilidade da cafeicultura brasileira e, principalmente, a necessidade de os custos desse desenvolvimento sustentável ser compartilhado com os demais segmentos da cadeia produtiva, buscando um cenário de equilíbrio e rentabilidade para todos os setores.

HOMENAGEM A MÁRCIO LOPES DE FREITAS

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Durante a reunião do Conselho Diretor do CNC, prestamos uma homenagem ao presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, pela parceria demonstrada na execução de políticas privadas e por sua capacidade de desafiar as lideranças do setor na busca por uma cafeicultura mais sustentável e justa aos produtores organizados em cooperativas.

O CNC enalteceu que o presidente da OCB é exemplo de liderança que, com sua competência, contribui para o fortalecimento do cooperativismo brasileiro e, de forma dedicada, da cafeicultura nacional. Silas Brasileira cita que, convicto de seus posicionamentos, “o amigo Márcio tem sido fundamental para o bom exercício do setor cooperativista no Brasil, prestando, com profissionalismo e especial atenção, muitos préstimos para o avanço do setor produtivo do café, atividade a que também se dedica”.

COMPETITIVIDADE DA CAFEICULTURA BRASILEIRA — Também na reunião de sexta passada, os conselheiros diretores do CNC sugeriram a contratação de estudos para o levantamento de amostragens dos custos de produção da cafeicultura mundial, de maneira que o Brasil possa entender seu grau de competitividade, saber em qual cenário se enquadra e onde é necessário melhorar.

De acordo com o presidente executivo Silas Brasileiro, a apuração dessas informações é vital para que o Brasil possa traçar um planejamento estratégico à cafeicultura no País, analisando a viabilidade de se investir, por exemplo, na renovação do parque cafeeiro com vistas a ampliar a produtividade média e o volume de nossas safras.

Outro ponto debatido no encontro foi o georreferenciamento do cinturão produtor nacional. O coordenador técnico de Planejamento e Gestão da Emater-MG, Edson Logato, explicou que, por meio de projeto viabilizado por um Convênio de Cooperação Técnica e Financeira entre Codemig, Emater-MG e Epamig, com interveniência da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), que conta com parceria da Conab e da Embrapa, o mapeamento do parque cafeeiro de Minas Gerais deverá ser concluído até março de 2018.

Na esfera nacional, o gerente de Geotecnologia da Conab, Tarsis Piffer, apresentou a proposta de atualização contínua do Mapeamento do Parque Cafeeiro. Ele detalhou aos conselheiros do CNC a metodologia aplicada nas áreas já mapeadas, apontando o status da estrutura nos Estados de São Paulo (imagens analisadas, faltando a verificação em campo pelo governo paulista), Minas Gerais (previsão de conclusão em março de 2018), norte do Paraná (imagens de alta resolução já analisadas e mapeamento em fase de verificação no campo pelo governo estadual), Espírito Santo (mapeamento em realização pelo Estado, mas ainda sem informações compartilhadas com a Conab) e Bahia (área já mapeada e verificada em campo, restando a validação).

O presidente executivo do CNC acredita que a implantação do georreferenciamento no parque cafeeiro nacional é vital ao setor por: (i) estimar a área cultivada com café através de método objetivo; (ii) facilitar o monitoramento agrícola das áreas mapeadas; (iii) visualizar a concentração geográfica do café com manejo irrigado na atividade; (iv) projetar a produtividade com o uso de método objetivo para qualificar a previsão de safra; (v) aumentar a eficiência produtiva com uso de pacotes tecnológicos apropriados; (vi) maximizar o acesso à informação e ao conhecimento; (vii) ampliar e consolidar parcerias com os atores envolvidos na produção; (viii) contribuir com o uso da geotecnologia para o monitoramento da produção cafeeira; e (ix) gerar transparência e confiabilidade às estatísticas do Brasil.

MERCADO — Em uma semana mais curta devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os contratos futuros do café apresentaram ganhos moderados no mercado internacional, sinalizando uma tendência de melhora técnica.

A valorização, contudo, foi contida devido à realização de lucros ocorrida na quinta-feira, quando fundos e especuladores de curto prazo atuaram na ponta vendedora, e ao início da recuperação do dólar frente ao real.

Ontem, a moeda norte-americana avançou moderadamente, à medida que os investidores buscavam proteção no dólar em meio ao ambiente externo pior, por causa das tensões geopolíticas, e também devido às incertezas da política brasileira. No acumulado da semana, no entanto, a divisa encerrou com leve retração de 0,4%, cotada a R$ 3,2985.

No Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que a safra 2016/17 (julho/16 a junho/17) de café terminou com os preços do arábica mais próximos aos do robusta. Em média, a diferença entre as variedades foi de R$ 43,42/saca no ciclo cafeeiro passado, contra um diferencial de R$ 103,69/saca na temporada 2015/16.

A instituição divulgou que, para a safra 2017/18, a diferença entre as cotações das variedades pode seguir estreita, uma vez que, mesmo com a previsão de recuperação na produção de robusta, a disponibilidade ainda deve ser baixa. Além disso, apesar da bienalidade negativa dos cafezais de arábica, a expectativa é que a oferta seja confortável frente à demanda.

Aliado a esse cenário, os principais países compradores estão relativamente abastecidos, o que deve fazer com que o diferencial médio de preços entre as variedades fique até mesmo inferior ao do ciclo 2016/17.

No mercado físico, acompanhando a alta das cotações internacionais, alguns negócios foram realizados no spot, porém a liquidez permanece baixa devido à retração de agentes.

Segundo o Cepea, do lado vendedor, muitos produtores se mantêm fora do mercado, monitorando o clima e o frio intenso no cinturão cafeeiro, apesar de as agências climáticas não indicarem a possibilidade de geadas até o momento.

Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 449,59/saca e a R$ 415,80/saca, com ganhos, respectivamente, de 0,8% e 2,1% ante o fechamento da semana passada.

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