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Com alta do dólar, cotações do arábica despencam mais de 800 pontos em Nova York nesta 5ª feira

por Notícias Agrícolas:

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram o dia com fortes baixas nesta quinta-feira (10). O mercado abriu o pregão registrando ganhos significativos em continuidade ao último fechamento, porém a alta do dólar no Brasil acabou revertendo o quadro, levando os principais vencimentos para quedas acima de 800 pontos, registrando a maior desvalorização diária em 13 meses.

O vencimento dezembro/16 anotou desvalorização de 825 pontos, fechando o dia a 161,85 cents/lb. O contrato março/17 encerrou valendo 165,65 cents/lb, após perder 815 pontos na sessão, assim como maio/17 que está cotado a 167,95 cents/lb. Para julho/17 a negociação fecha em 169,95, com perdas de 810 pontos.

O analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, explica que a forte queda registrada no pregão de hoje foi reflexo, principalmente, da forte alta do dólar no Brasil. A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 4,73%, com cotação de R$ 3,3614 na venda, atingindo a maior alta em 8 anos.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, a ausência do Banco Central no mercado de câmbio e a forte onda de aversão ao risco, após a eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, contribuíram para os ganhos frente ao real. Barabach ainda coloca que diante desta movimentação, países emergentes como o Brasil estão mais suscetíveis a mudanças mais intensas no câmbio, principalmente pelas incertezas políticas.

Além do intenso impacto do dólar nas cotações do arábica em Nova York, ainda há a rolagem de contratos do vencimento dezembro para o março – cenário que deve movimentar os preços nos próximos dias. “As ações foram técnicas e novamente as realizações de lucro deram o tom das atividades, com suporte sendo rompidos”, aponta o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.

No quadro fundamental, o mercado segue atento com o desenvolvimento da safra de café, visto que há uma preocupação com o abastecimento no próximo ano – com países produtores enfrentando problemas climáticos e por ser período de baixa bienalidade. Com isso, chuvas esperadas para o cinturão produtivo no Brasil contribuíram para o cenário de baixas em Nova York, por ser positivo às lavouras.

Informações da Climatempo apontam que devem ser registradas ocorrências de precipitações abundantes na faixa leste de São Paulo, com acumulado de 70 mm, enquanto que Minas Gerais pode receber pancadas na região Centro-Sul do estado e na Zona da Mata. Já no Espírito Santo, chuvas mais elevadas podem acontecer até a próxima semana.

Mercado interno

No Brasil, diante das incertezas nas cotações em Nova York, grande parte das praças de comercialização registraram quedas nas referências de negócios. Produtores seguem à espera de períodos mais atrativos para vender, entendendo que a oferta é apertada para a demanda mundial de café.

Para o tipo cereja descascado, a maior baixa ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP), com recuo de 4,76% e cotação a R$ 600 pela saca de 60 quilos. Em Poços de Caldas (MG), as perdas foram de 3,38% no dia, com negociação a R$ 601,00/sc.

Já o tipo 4/5 teve registro de queda de 2,79% em Poços de Caldas (MG), cotado a R$ 558,00 pela saca. Em Guaxupé (MG) houve valorização de 0,15%, com negócios a R$ 661,00 pela saca de 60 quilos.

O tipo 6 duro registrou desvalorização de 1,82 em Espírito Santo do Pinhal (SP) e cotação a R$ 545,00 pela saca. Já em Franca (SP) a saca anotou R$ 600,00, após os ganhos de 1,69%.

Na quarta-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 562,56 com alta de 0,15%.

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