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Com câmbio e clima no Brasil, NY cai quase 300 pts e dezembro/15 fica abaixo de US$ 1,18/lb

por Notícias Agrícolas:

Após registrar curtas oscilações durante toda a semana, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta sexta-feira (6) com queda expressiva. O mercado foi pressionado pela valorização do dólar ante o real durante boa parte do dia e a expectativa de uma safra 2016/17 melhor no Brasil por conta da melhora climática. No balanço semanal, o vencimento dezembro/15 perdeu 320 pontos ou 2,65%. Na sexta passada a posição encerrou cotada a 120,95 cents/lb.

Os lotes de arábica fecharam a sessão de hoje cotados a 117,75 cents/lb com queda de 315 pontos, o março/16 teve 121,15 cents/lb com recuo de 310 pontos. O contrato maio/16 anotou 123,35 cents/lb e baixa de 300 pontos, enquanto o julho/16 perdeu 295 pontos a 125,40 cents/lb.

Para o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, após três recuperações consecutivas, o mercado voltou a dar atenção ao desenvolvimento da safra do Brasil e ao câmbio. O dólar comercial fechou o dia com queda de 0,37%, cotado a R$ 3,7625. No entanto, a moeda estrangeira chegou a encostar em R$ 3,85 durante a tarde, após a divulgação de números fortes sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicando aumento da taxa de juros norte-americana em dezembro.

Para Barabach, o bom volume de café embarcado pelo Brasil em outubro também acaba repercutindo no mercado. “Diante dessas informações os operadores acreditam cada vez mais que existe bastante café disponível no Brasil”, explica. Em outubro, as exportações brasileiras de café verde totalizaram 3,306 milhões de sacas de 60 kg de café verde, recorde no ano, com receita de US$ 501,7 milhões. O real menos valorizado dá maior competitividade às exportações, uma vez que as transações são feitas em dólar.

As chuvas têm beneficiado as lavouras de café do Brasil desde a última semana. E a previsão do tempo aponta que as áreas produtoras do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais devem continuar com precipitações, ainda mais fortes, pelos próximos dez dias. Mas a partir da segunda quinzena de novembro as precipitações devem perder um pouco força, apontam mapas climáticos. Já no Espírito Santo, a perspectiva ainda é de clima quente e seco.

Depois de 40 dias sem chuvas e com altas temperaturas, a melhora nas condições climáticas na região de Boa Esperança (MG), no Sul de Minas Gerais, têm favorecido a segunda florada do café. Ainda assim, os cafeicultores já projetam uma quebra na safra 2016/17.

“Nesta safra mesmo se a temperatura ajudar e o tempo correr normal, nós já temos os prejuízos desses 40 dias de estiagem. Mas ainda não dá para quantificar as perdas porque não sabemos o que vai acontecer neste um ano”, afirmou o presidente do sindicato rural da cidade, Manoel Joaquim da Costa em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira.

Mercado interno

Os preços no mercado físico tiveram poucas oscilações nesta sexta-feira. De acordo com Barabach os negócios estão lentos e acontecem mais transações com cafés de peneira mais graúda, que são os mais procurados. No geral, “os produtores percebem que os preços em outubro, por exemplo, estavam melhores e não aparecem para fazer negócios”, afirma o analista.

Na sexta-feira, dia 6, o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 546,00 a saca e queda de 1,80%. Foi a maior oscilação no dia.

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