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Comerciantes redirecionam cafés que teriam como destino a Rússia

Por Reuters, via CaféPoint:

Postado em: 14/04/22
Em uma conferência de cafés nos Estados Unidos, os participantes apontaram que comerciantes estão desviando os embarques de café que inicialmente deveriam ir para a Rússia, e alguns até pararam de vender para esse mercado.

Embora o comércio de alimentos não esteja incluído nas sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia, dificuldades no processamento de pagamentos de importadores russos e preocupações com a segurança dos navios no Mar Negro reduziram os embarques de café e outros produtos para o país.

A Rússia, que chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”, está entre os cinco maiores importadores de café do mundo. Os consumidores locais estão acumulando alimentos devido a preocupações de que os supermercados fiquem sem suprimentos.

Os preços do café subiram mais de 20% na Rússia devido aos custos mais altos, disse a corretora HedgePoint na semana passada. A corretora estima que a guerra em curso na Ucrânia levará à redução da demanda de cerca de 1,3 milhão de sacas de 60 kg.

O trader europeu de alimentos Marex vê o impacto na demanda de café maior, em cerca de 1,8 milhão de sacas. Olvin Lopez, gerente comercial da exportadora de café Inloher, com sede em Honduras, disse que recebeu instruções do sócio de sua empresa, a comerciante francesa de alimentos Sucden, para redirecionar um carregamento de café que sai de Honduras com destino à Rússia para o porto de Nova York.

“Eles não disseram por que estão redirecionando a carga, mas provavelmente é devido a problemas de logística”, disse Lopez nos bastidores da Specialty Coffee Expo, feira realizada em Boston, nos Estados Unidos.

Um comerciante de café que trabalha para outro comerciante internacional, que pediu para não ser identificado, disse que o comerciante de commodities leves ECOM decidiu interromper qualquer negócio com a Rússia enquanto a guerra continua. Sucden e ECOM não retornaram pedidos de comentários. Outro trader disse, no entanto, alguns países continuam fornecendo café à Rússia, notadamente o Brasil, o maior produtor.

“As pessoas não gostam de falar muito, mas há negócios acontecendo, usando criptomoedas”, disse ele. Além disso, uma cooperativa de café estava fechando um acordo de troca com um negociante russo, onde o café seria trocado por fertilizante, disse o trader.

 

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