NOTÍCIAS
Comissão especial da Câmara aprova texto-base de projeto que flexibiliza o uso de agrotóxico
por Notícias Agrícolas:
Aprovado relatório do deputado Luiz Nishimori por 18 votos SIM e 9 votos NÃO. Os destaques ainda serão deliberados
Comissão aprova parecer que muda lei para agilizar aprovação de agroquímicos (por REUTERS)
(Reuters) – A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta de mudanças na legislação brasileira sobre defensivos agrícolas aprovou nesta segunda-feira o parecer do relator, deputado Luiz Nishimori (PR-PR), por 18 votos a favor e 9 contrários, de acordo com informação da Agência Câmara.
Em um movimento que deve acelerar as liberações, os agroquímicos receberão um registro temporário desde que possuam especificações idênticas em pelo menos três dos 37 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), há 36 defensivos pendentes de aprovação no Brasil, sendo que 28 deles já receberam o registro em países como Estados Unidos, Japão, Austrália e Argentina.
Enquanto nesses locais o tempo médio para uma análise leva de dois a três anos, no Brasil o processo demanda em torno de oito, segundo a Andef.
O projeto, que ainda vai ser analisado pelo plenário da Câmara, tem sido criticado sob o argumento de que retira do Ibama e da Anvisa o papel de uma análise mais profunda a respeito de novos defensivos, centralizando a liberação dos produtos nas mãos do Ministério da Agricultura.
A indústria de defensivos agrícolas no Brasil trabalha com a aprovação de uma nova regulamentação para o setor na Câmara dos Deputados ainda em 2018, embora reconheça que as discussões possam levar mais tempo, disse à Reuters o diretor-executivo da Andef, Mario Von Zuben, na semana passada.
TEXTO-BASE APROVADO POR 18 A 9 NA COMISSÃO
A comissão especial da Câmara que analisa o projeto que flexibiliza a Lei dos Agrotóxicos aprovou o texto-base da proposta no fim da tarde desta segunda-feira (25). O texto foi aprovado por 18 votos favoráveis e 9 contrários.
O colegiado ainda irá analisar destaques ao texto, que podem alterar trechos do projeto. Somente após a análise é que o texto seguirá para o plenário da Câmara.
A proposta revoga a lei de 1989 e altera as regras de produção, comercialização e distribuição de agrotóxicos.
O grupo contrário ao projeto, que apelidou a proposta de “PL do veneno”, entende que a nova lei vai flexibilizar as regras porque se limitará à atuação de órgãos de controle na autorização de uso dos agrotóxicos. Alegam ainda que as substâncias podem provocar câncer, prejudicar o desenvolvimento do feto e gerar mutações.
Por outro lado, os defensores da proposta argumentam que o texto modernizará a legislação, agilizando o processo de registro das substâncias. Atualmente, o processo de registro leva de 5 a 8 anos.
Veja os principais pontos do projeto:
Designação
Como é atualmente: Agrotóxico.
Pelo projeto: Inicialmente era produto fitossanitário, em seguida o relator, deputado Luís Nishimori (PR-PR), alterou o termo para “pesticida”.
Controle do registro
Como é atualmente: O controle é feito por três órgãos (Ministério da Saúde, Ibama e Ministério da Agricultura). Todo o processo é manual e tramita em paralelo, nos três órgãos.
Pelo projeto: Unifica o processo, que fica sob comando do Ministério da Agricultura, mas os três órgãos darão pareceres sobre o produto. O processo passa a ser digital e integrado
Prazo para registro
Como é atualmente: Parecer sobre o produtor deve ser liberado em 120 dias. Mas atualmente leva oito anos.
Pelo projeto: O registro será de dois anos. Inicialmente, o relatório definia o prazo de 12 meses, para que o produto entre no mercado em dois ou três anos.
Registro temporário
Como é atualmente: Atualmente, não existe registro temporário de um agrotóxico
Pelo projeto: Para os produtos novos, usadas em pesquisas e em experimentos, haverá um registro temporário de 30 dias no Brasil. Para isso, o produto deve ser registrado em pelo menos três países-membros da OCDE e na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e deve ser usado na mesma cultura.
Discussão do projeto na comissão
Contrários à proposta, os deputados de PCdoB, PSOL, PSB e PT obstruíram a sessão, apresentando requerimentos para atrasar a votação. Segundo eles, o projeto prejudica a saúde da população e só interessa “grandes produtores”.
“Esse projeto vai ser repudiado pela sociedade brasileira. É nocivo ao interesse público, a saúde da população e ao meio ambiente. Interessa ao lucro, aos grandes produtores, em detrimento da vida”, afirmou Ivan Valente (PSOL-RJ).
“O texto vai permitir a comercialização de substancia que causam mutação genética, cancerígenas. Eu fico imaginando as notícias nos jornais do mundo, de países que importam os nossos produtos, como será o efeito péssimo disso para as exportações brasileiras”, disse Alessandro Molon (PSB-RJ).
Os parlamentares contrários ao texto ainda acusaram a presidente Tereza Cristina (DEM-MS) de usar de manobras no regimento para impedir o andamento da obstrução da minoria.
Em defesa, a deputada disse que estava seguindo o regimento e que vinha “aceitando as postergações de maneira educada”.
“Estou seguindo o regimento interno da Câmara. Venho aceitando todas as postergações de maneira educada, equilibrada. Agora, quero dizer que eu lamento também pelas inverdades que estão colocando sobre o relatório, vocês querem levar a população que esse é um relatório que vai trazer uma lei que vai colocar veneno na comida das pessoas, não é verdade. Ou vocês não leram, ou querem induzir a população ao erro”, afirmou a deputada durante a sessão.
O deputado Adilton Sachetti (PRB-PT) também se posicionou a favor da proposta. Segundo ele, o Brasil está “atrasado” no uso do agrotóxico e precisa se modernizar.
“Estamos atrasados com relação a outros países com o que tem de novo para ser usado nesse setor. Nós estamos atrelados à burocracia. Se é agrotóxico, pesticida ou veneno, a quem interessa isso? O que interessa é que o produtor receba o produto e possa usar”, afirmou.
Restrição
Na sessão desta segunda, somente foi permitida a entrada de deputados, servidores e jornalistas credenciados. Além disso, todos que entraram com bolsas e mochilas passaram por revista da Polícia Legislativa.
A atitude foi tomada pela presidente da comissão, deputada Tereza Cristina, após uma mala de material plástico com um alarme sonoro disparar na última sessão. Segundo a Câmara, o objeto era uma “simulação grotesca” de bomba.
A ONG ambientalista Greenpeace assumiu ter sido responsável por abandonar a mala na comissão como forma de protesto para chamar atenção ao tema.
Para que pessoas não credenciadas assistissem a reunião, a deputada liberou outro plenário em que foi televisionada a sessão.
Notícias Relacionadas
01 de Agosto de 2024
Café fecha 4ª-feira (31) em queda, mas termina julho no positivo
por Notícias Agrícolas: Postado em 01/08/2024 No acumulado do mês, arábica teve alta de 2,6% no dez/24 e robusta de 6,63% no jan
19 de Junho de 2024
Arábica opera na casa dos R$ 1.300/sc desde o início do mês
Os preços do café arábica seguem praticamente estáveis, na casa dos R$ 1.300/saca de 60 kg desde o início deste mês. Segundo pesquisad...
13 de Maio de 2024
Entenda possíveis consequências do La Niña sobre o mercado internacional...
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 13/05/24 A atualização do Centro de Previsão Climática dos EUA indica uma transiç
10 de Abril de 2024
Com novos recordes, robusta ultrapassa os R$ 1.000/sc de 60 kg
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 10/04/24 Na casa dos R$ 1.000/saca de 60 kg desde o último dia 3, o preço do café robus
28 de Março de 2024
Café: Nova York e Londres realizam lucros nesta 5ªfeira
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 28/03/24 O mercado futuro do café arábica abriu as negociações desta quinta-feira (28)
19 de Março de 2024
Café: Nova York e Londres voltam a recuar, mas monitoram preocupação com...
Postado por Notícias Agrícolas Publicado em 19/03/24 O mercado futuro do café arábica iniciou as negociações desta terça-feira (1
18 de Março de 2024
Café inicia semana com suporte nas preocupações da Ásia e avança em NY...
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 18/03/24 O mercado futuro do café arábica abriu as negociações desta segunda-feira
13 de Março de 2024
Café avança nesta 3ª feira em NY e Londres em meio temores com escassez...
Publicado por Noticiais Agrícolas Postado em 13/03/24 As cotações futuras do café encerraram esta terça-feira (12) com alta moderad
12 de Março de 2024
Café opera com altas próximas de 1% nesta 3ª feira nas bolsas de NY e Lo...
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 12/03/24 As cotações futuras do café operam com alta moderada nas bolsas de Nova York e
12 de Março de 2024
Café: NY e Londres recuam nesta 2ª acompanhando melhora do clima no BR
Publicado por Notícias Agrícolas Postado em 12/03/24 As cotações futuras do café encerraram a sessão desta segunda-feira (11) com