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Conheça a história do café no Brasil: do Século XVIII ao XIX

Por ABIC:

Postado em: 07/06/21

Com o objetivo de levar informação para os consumidores e para os profissionais da indústria, a ABIC preparou uma série de três matérias para contar a trajetória da bebida mais amada do país

mão colhendo grãos de café

Não é segredo que o café é amplamente consumido em território nacional e não pode faltar na mesa dos brasileiros. Afinal, ele é aceito em 98% dos lares, o que comprova o seu sucesso. O país tem uma relação histórica com o grão, que além de possuir inúmeros benefícios para a saúde, contribuiu para o seu desenvolvimento econômico e industrial. Com o objetivo de levar informação e apresentar curiosidades para os consumidores e para os profissionais da indústria, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) preparou uma série de três matérias para contar a trajetória da bebida mais amada do Brasil.

1727 marca a chegada do café no Brasil

Embora tenha sido apreciado em outras partes do mundo ao longo dos séculos, o café só chegou no Brasil em 1727, pelas mãos do Sargento-mór Francisco de Melo Palheta. O oficial português estava em uma expedição feita à Guiana Francesa para a checagem de fronteiras aferidas pelo Tratado de Utrecht (1713). Há afirmações de que ele tinha a missão paralela de conseguir mudas da rubiácea (família pertencente ao grupo das Angiospermas) para plantar em Belém do Pará.

Regiões pioneiras

Embora o Pará, à época chamado Estado do Maranhão e Grão-Pará, tenha sido o primeiro a despontar com o plantio do grão, durante todo o século XVIII, o café foi se expandindo e alcançou novas regiões do país como os estados do Norte, Nordeste e Sudeste. Com o tempo, a adaptação ao clima se tornou um fator essencial para definir as  principais localidades produtoras, o que explica a escolha do Rio de Janeiro e de São Paulo como expoentes. A partir de 1808, com a abertura dos portos às nações amigas, o café passou a ser economicamente importante para o surgimento do futuro reino do Brasil.

Combustível para o desenvolvimento

Na medida em que o plantio do grão foi crescendo, potencializado pelo aumento da procura pelos mercados consumidores da Europa e dos EUA, o comércio de café se tornou uma peça fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A necessidade de mão de obra, de transporte e de suporte para comportar o aumento exponencial da produção foram os primeiros passos em direção à industrialização, o que transformou o futuro dessas regiões.

De acordo com Bruno Bortoloto, Historiador e Pesquisador do Museu do Café, “O primeiro estado a ser impactado foi, definitivamente, o Rio de Janeiro. Entre o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX, a zona da mata do litoral e o interior do Vale do Paraíba Fluminense foram tomados pela cafeicultura. Depois, foi a vez de São Paulo, que na segunda metade do século XIX e começo do XX viveu intensa busca por terras para a abertura de fazendas. O impacto foi uma intensa transformação na infraestrutura desses dois estados, desde a modernização dos portos, como a construção de ferrovias e uma intensificação na imigração em busca de trabalho nas fazendas”.

Expansão cafeeira

Nessa época, as técnicas utilizadas na produção não eram tão desenvolvidas. Mas, apesar da simplicidade, o cultivo cafeeiro já dava sinais de uma iminente expansão. O primeiro passo era demarcar e desmatar as terras que seriam utilizadas para o plantio das mudas. Posteriormente, com equipamentos agrícolas apropriados, os trabalhadores rurais, em sua maioria escravizados, colhiam manualmente os grãos e os colocavam para secar em grandes terreiros.

O passo seguinte consistia em descascar o café para retirar materiais indesejáveis que o revestiam. Para isso, eram utilizados pilões socadores movidos a água cujo nome é monjolo. Já o transporte era feito com a ajuda de animais (cavalos, mulas ou burros) até o porto, onde seguia para os países importadores.

O século XIX foi, sem dúvidas, decisório e influente no processo histórico do Brasil. Ao longo dos anos, o café assumiu um papel político e econômico fundamental. Se tornou o principal produto da exportação brasileira (substituindo o açúcar), garantiu o acúmulo de capital necessário para a modernização e a urbanização das capitais, além de ser um importante elemento para a sustentação do Império.

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