Cecafé apresentou a visão dos exportadores do café braseiro frente às novas regulações do mercado global e seus impactos no fluxo do comércio em tempos de ESG

Ontem, 9 de novembro, segundo dia da Semana Internacional do Café – SIC, realizada em Belo Horizonte, o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, ministrou palestra sobre “O novo cenário das exportações”, quando apresentou a visão do setor exportador de café braseiro frente às novas regulações do mercado global e seus impactos no fluxo do comércio em tempos de ESG.

“O Brasil tem se preparado para atender às novas regulações mercadológicas e, no caso do café, por meio do nosso trabalho de elucidação e promoção da sustentabilidade e da rastreabilidade do produto nacional, em parceria com a Federação Europeia do Café (ECF), a Agência da União Europeia para o Programa Espacial (EUSPA), a Comissão Europeia e importadores, fomos escolhidos pela União Europeia como projeto piloto, como referência aos outros países cafeeiros, para a implantação do Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento”, explica Matos.

Em sua explanação, ele revelou que o Cecafé lançará a Plataforma de Rastreabilidade Cecafé – Serasa Experian em janeiro de 2024, em Bruxelas (BEL), demonstrando, a todos os players da cadeia europeia do café e de lideranças globais convidadas, a organização e a eficiência de toda a cadeia dos cafés do Brasil.

Além da palestra, Matos também foi moderador do “Fórum da Cafeicultura Sustentável: Novo Cenário de Comercialização para os Cafés no Mundo”, que contou com a participação de Henrique Cambraia, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e da Sancoffee; Gelkha Buitrago, diretora adjunta da Plataforma Global do Café (GCP); e Felipe Nunes, pesquisador associado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Na sua participação, a diretora adjunta da GCP apresentou os pontos centrais do European Union Deforestation-free Regulation (EUDR – regulamento europeu antidesmatamento), destacando o ponto de vista da Plataforma, que inclui uma análise dos países produtores, exportadores e consumidores. Gelkha também salientou o protagonismo do Brasil como país mais preparado para atender a essas novas regulações e citou o relatório Snapshot 2022 da entidade, que demonstra a liderança brasileira no fornecimento global de cafés sustentáveis.

O presidente da BSCA e da Sancoffee relatou os avanços da sustentabilidade nos cafés do Brasil nas últimas décadas, recordando toda a estrutura de assistência técnica rural, pesquisa de base aplicada, empreendedorismo e consciência dos produtores para as conquistas que colocaram o país na liderança absoluta do mercado global de café. Cambraia trouxe, ainda, as experiências junto à BSCA no que se refere ao papel dos cafés especiais na promoção da imagem do Brasil, os caminhos a permanecermos atentos no futuro e reconheceu o trabalho de sustentabilidade feito pelo Cecafé e demais parceiros.

Nunes, por sua vez, relatou a iniciativa do “Selo Verde” e as experiências em Minas Gerais, demonstrando como a iniciativa pode ajudar o Brasil em termos de gestão de riscos e como poderá ser replicada em outros Estados produtores. O pesquisador da UFMG finalizou dando ênfase em como a ciência pode ajudar o Brasil em uma ampla ação de promoção da imagem do café nacional no mundo.

“Após todas as contribuições, a conclusão consensual demonstra que a regra do jogo é a colaboração e a conexão de projetos e iniciativas em prol da narrativa e da liderança do Brasil na agenda ESG”, conclui o diretor-geral do Cecafé.