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Consumo de café no Brasil em 2020 foi o segundo maior da série histórica, diz Abic

Por Valor Econômico, via CNC:

Postado em: 10/03/21

O consumo de café no Brasil cresceu 1,34% em 2020, para 21,2 milhões de sacas de 60 quilos, volume similar ao registrado em 2015 e o segundo maior da série histórica da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em 2019, o consumo foi de 20,9 milhões de sacas.

Segundo a entidade, o maior volume até hoje foi registrado em 2017, quando o consumo chegou a 22 milhões de sacas. Os dados incluem café torrado e moído, em grão e solúvel e consideram o intervalo entre novembro de 2019 e outubro de 2020.

O consumo de café torrado e moído cresceu 1,26%, para 20,2 milhões de sacas em 2020, enquanto o consumo doméstico de café solúvel aumentou 3,18%, para 934 mil sacas. O consumo per capita de café em grão subiu 0,7% em 2020, para 5,99 quilos por habitante, e o de café torrado e moído cresceu 0,6%, para 4,79 quilos por habitante ao ano.

Com o desempenho, o Brasil segue sendo o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com uma diferença de 6 milhões de sacas. A Abic divulgou as estatísticas sobre 2020 nesta terça-feira.

De acordo com o diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, o incremento é resultado do aumento do consumo em casa. “O café tem apelo sentimental, familiar e de segurança. Quanto mais horas as pessoas passam em casa, mais café se consome”, afirmou, em coletiva de imprensa na manhã de hoje.

O aumento ocorreu após dois anos de queda no consumo — de 4,15% em 2018 e de 0,49% em 2019. Segundo o executivo, era esperado que o consumo crescesse no ano passado, refletindo o aumento da qualidade do produto. “A gente espera que o crescimento seja sempre permanente. Se neste ano ocorrer um aumento igual será bem-vindo”.

O crescimento em 2021 depende, no entanto, de uma série de fatores. “Temos um ano complicado e de algumas dúvidas. Tem o auxílio emergencial que ainda não está definido e que, caso não seja aprovado, pode diminuir o poder aquisitivo do consumidor. Há dúvida sobre a abertura ou não do consumo externo com o fim das restrições relacionadas à pandemia”, ponderou Santos.

Outra questão é o preço ao consumidor, que inevitavelmente aumentará neste ano. “Em 2020 tivemos uma manutenção e até uma queda de preço de prateleira porque o industrial entendeu que isso era importante e fez um pacto para segurar o preço. Mas, neste ano, o aumento da matéria-prima foi de 40%, e houve ainda altas da energia e da gasolina, então provavelmente teremos aumento também na prateleira”.

Para o presidente da Abic, Ricardo Silveira, os reajustes não deverão afugentar o consumidor. “O custo médio dos cafés tradicionais é de menos de 2% do salário mínimo. É um valor insignificante. Os preços vão subir um pouquinho porque as empresas precisam ganhar margem após um ano de muito sacrifício em 2020”, disse.

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