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Corretora Marex prevê quarto déficit mundial do café

por CaféPoint:

A corretora Marex Spectron prevê que a produção mundial de café reduza a demanda em 3 milhões de sacas de 60 kg na próxima estação, graças à menor produção no Brasil, o quarto déficit consecutivo.

“Já neste estágio muito precoce é provável que haja um quarto déficit e, possivelmente, um grande quarto déficit”, disse a Marex, que prevê uma queda de 5 milhões de sacas na produção brasileira.

A corretora previu que a produção mundial de café cairá para 152,6 milhões de sacas em 2017, 900 mil sacas a menos que no ano anterior. A demanda, entretanto, deverá aumentar em 1,9 milhão de sacas, para 153,7 milhões de toneladas.

A Marex observou que, ao contrário dos anos anteriores, “Em 2017/2018 não haverá ações governamentais ou produtoras privadas para preencher a lacuna”.

A produção brasileira de café deverá cair em 5 milhões de sacas, para 50,5 milhões de sacas, graças às menores áreas de café arábica e ao contínuo clima desfavorável para a safra de robusta no Espírito Santo.

E a maior parte da safra brasileira estará no ano de baixa na próxima estação. O café tem um ciclo bienal, o que significa que os anos alternam entre colheitas altas e baixas.

“Todas as regiões de produção de café arábica, exceto a Zona da Mata, estarão em um ano de baixa do ciclo. Para o arábica, vemos uma pequena desvantagem em Nova Iorque a partir dos preços atuais”.

Mas uma safra maior foi antecipada no Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo, e o classificado como produtor número um de robusta. A safra deverá aumentar em 3,5 milhões de sacas, para sacos de 28 milhões. “2017/2018 será um ciclo de alta e os preços elevados fornecerão um incentivo enorme. Além disso, a umidade do solo é excelente e os níveis dos reservatórios foram restaurados pelas chuvas inesperadas em novembro, dezembro e janeiro”.

O Marex disse que, devido à perspectiva de fortes estoques de robusta do Vietnã “o mercado acaba de engolir uma enorme pílula, e isso precisa ser digerido. No curto prazo, não podemos descartar uma queda”.

O Brasil já tem uma escassez de robusta, após um tempo de seca prolongado. Os mercados estão esperando para ver se o Brasil vai permitir a importação de robusta para aliviar o aperto no mercado interno, particularmente para a produção de café instantâneo. Este movimento está sofrendo forte oposição dos produtores brasileiros de robusta, que se beneficiam com os altos preços domésticos.

Os produtores brasileiros se comprometeram a apresentar um relatório ao Ministério da Agricultura do país até o dia 10, para provar que existem estoques de robusta suficientes para atender a demanda dos torrefadores.

“Essas discussões se desenvolveram como resultado da menor safra de robusta afetada pela seca do ano passado e à frente da nova e prevista para ser outra safra de robusta menor devido ao tempo seco e devendo começar a colheita em torno de três meses”, disse o comerciante de café I & M Smith.

“Nossa compreensão no momento é de que não haverá importações de robusta para o Brasil no ano-safra de 2016/2017”, disse Marex. “No entanto, se este entendimento se revelasse errado, e se o Brasil importasse robusta, haveria claras imprecações para a arbitragem”.

As informações são do Agrimoney / Tradução por Juliana Santin

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