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Dicas Safra 2019: Como obter qualidade em cafés naturais

por Comunicação Cocapec:

O engenheiro agrônomo Leonan Vilhena deu uma orientação importante para quem quer obter qualidade em cafés naturais na Revista Cocapec. Veja abaixo as dicas do profissional para alcançar este resultado.

É comum ouvirmos a frase no dia a dia “a qualidade do café está no pé” e podemos também acrescentar que uma contagem regressiva se inicia a partir do momento em que colhemos o café. E o fator tempo neste caso, é totalmente desfavorável a manutenção da qualidade.

Como em todas as fases produtivas é necessário um planejamento, o ideal é recapitular todo o processo, passo a passo, para não termos contratempos durante a safra.

Precisamos sempre definir qual é o nosso objetivo e fazer alguns questionamentos, tais como: qual café quero produzir? A estrutura física da minha propriedade está adequada? O maquinário é suficiente? Com base nas respostas, o produtor deve escolher qual caminho quer seguir para alcançar as suas metas.

Na região da Alta Mogiana, encontramos áreas de diferentes altitudes, e com isso, algumas fazendas já começam a colheita no mês de maio, enquanto outras irão iniciar os trabalhos em junho.

A altitude que se encontra a lavoura exerce influência direta no processo de maturação. Quando programamos um plantio, uma das características na escolha de uma variedade de café é justamente quanto ao comportamento de maturação (precoce/tardia). O planejamento já logo nesta etapa permite que possamos escalonar a colheita de acordo com o comportamento da variedade.

Nesse momento, é importante fazer uma revisão em todos os equipamentos e máquinas que serão usados durante a safra, e também quantificar qual o número de colaboradores será necessário durante a fase produtiva da planta.

Estes preparativos são relativamente rápidos, mas requerem tempo e pessoas preparadas para executar. No terreiro, por exemplo, é importante verificar se existem frestas em que possa ficar cafés alojados. Nos secadores, verificar os termômetros, a fornalha, e ver se existem tubos perfurados e fazer os reparos necessários.

É importante dimensionar o volume de café a ser colhido x área de terreiro, para não perder justamente na reta final toda a qualidade do café adquirida até aqui.

Algumas dicas para extrair o máximo de qualidade:

  • Iniciar com mínimo de verdes;
  • Transportar o café colhido rápido para o terreiro;
  • Lavar o café – esse processo permite separar o “boia”, que é um grão que seguirá no terreiro separadamente do cereja. Este tipo requer menos tempo de seca, sendo assim, se o produtor dispuser de um lavador na propriedade, vale muito a pena esse processo;
  • Dispor o café em camadas finas no sentido do sol;
  • Na ocorrência de chuva, fazer leiras grandes e tombá-las até a retirada do excesso de água.

No momento de chegada do café da lavoura podemos colocar no terreiro o café grão a grão.  Se a opção foi por esse método devemos seguir os seguintes passos:

  • Esparramar o café grão a grão no primeiro dia, deixando sem rodar até que o fruto não esteja mais descascando (na prática isso ocorre no fim do segundo dia). Depois disso ir dobrando conforme a secagem vai ocorrendo, chegando no máximo 8-10 cm de espessura;
  • Normalmente se repete o processo das dobras por mais 2 a 3 vezes até o fim da secagem;
  • Mexer o café no mínimo 12 vezes ao dia;
  • Após meia seca (30 – 25% de umidade) podemos engrossar a camada e durante a tarde amontoar ainda quente e tampar com pano. No outro dia, abrir o monte e continuar com o processo.

É possível finalizar a secagem apenas no terreiro, mas para fazendas maiores os secadores se fazem necessários.

Em seguida, os grãos devem ser acondicionados em tulhas de descanso até o benefício. Caso o produtor não tenha este local, é recomendado beneficiar o mais rápido possível.

Na máquina de benefício é importante fazer uma revisão geral antes dos trabalhos, e as devidas regulagens de acordo com o tamanho do grão que estiver beneficiando.

Quando o café estiver na meia seca (30% a 25% de umidade) podemos deixar amontoado em  local  coberto, sem perder em nada a qualidade e posteriormente seguir para o secador ou mesmo voltar para terminar a secagem no terreiro. Esse procedimento ajuda na ocorrência de chuvas.

Os procedimentos são simples e a execução nos momentos adequados, propiciarão uma boa qualidade e, consequentemente, um melhor resultado econômico.

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