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Dilma bateu o martelo em favor da área agrícola

por G1:

A intervenção da presidente Dilma Rousseff foi decisiva para que o Plano Safra 2015/2016 escapasse da pressão dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para aumentar os custos financeiros dos recursos disponíveis aos produtores rurais. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, contou com o respaldo constante da presidente no embate com os ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, nas diversas rodadas de discussão sobre o plano.

Em um dos momentos mais tensos das negociações, a presidente chegou a conter o ministro da Fazenda, que se mantinha a favor de condições mais duras para o financiamento rural, com o argumento de que não iria colocar em risco o único setor da economia brasileira em expansão. O que mostra sua preocupação com o declínio da atividade econômica, nesse momento de execução do ajuste fiscal, e com a construção de uma agenda positiva em seu governo.

De fato, os dados divulgados pelo IBGE para o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano indicaram uma alta de 4,7% do setor agropecuário em comparação ao trimestre anterior. No mesmo período, o setor de serviços caiu 0,7% e a indústria apresentou uma queda de 0,3%. No cômputo geral, o PIB teve uma retração de 0,2% em relação ao último trimestre do ano passado.

A ministra Kátia Abreu encarregou-se de rebater os argumentos de que o volume e as condições dos recursos a serem liberados teriam um efeito inflacionário na economia. De acordo com estudos preparados pela área técnica do Ministério da Agricultura, o impacto expansionista na inflação estaria limitado aos primeiros quatro meses de liberação dos recursos para as atividades agropecuárias. Depois disso, o setor compensaria esse efeito com a oferta de produtos a preços mais baratos.

A chamada classe média rural, que responde pela maior parte da produção agropecuária do país, mereceu atenção especial para que fosse colocada a salvo das condições mais duras defendidas pelos ministros encarregados do ajuste fiscal.

A cobrança de custos financeiros que excedem o teto de 8,5% ficou restrita aos produtores de maior porte, estimados em cerca de 10% do total.

Uma nova rodada de pressões e contrapressões estava prevista em torno da data de liberação dos recursos aprovados no Plano Safra. Os produtores aguardam desde março a autorização efetiva do crédito para o chamado pré-custeio da safra. Por isso, a ministra Kátia Abreu defende que os recursos dessa linha sejam liberados imediatamente. Os ministros Levy e Barbosa preferem esperar mais trinta dias para que isso aconteça.

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