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Em ajustes, Bolsa de Nova York cai 400 pts nesta 2ª feira e reverte ganhos da semana passada

por Notícias Agrícolas:

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão desta segunda-feira (24) com baixa de cerca de 400 pontos em ajustes e movimentação técnica da commodity no terminal. Essa queda expressiva nas cotações da variedade acontece depois de o contrato setembro/17 atingir máximas de 10 semanas na última sexta-feira e registrar ganhos acumulados de mais de 2% em toda a semana passada.

O contrato julho/17 fechou a sessão cotado a 131,20 cents/lb com queda de 70 pontos, o setembro/17, referência de mercado, registrou 132,55 cents/lb com recuo de 400 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 136,185 cents/lb e desvalorização de 395 pontos e o março/18, mais distante, também caiu 395 pontos, fechando a 139,65 cents/lb.

Mercado do café NY – 24/07

O mercado trabalhou em baixa desde o início da sessão após registrar alta de dez semanas na última sexta (21) com suporte do financeiro, safra 2017/18 do Brasil e também diante dos temores com geada em algumas origens produtoras brasileiras. Com isso, ajustes foram vistos. “O mercado já precificou as variáveis disponíveis no curto prazo”, disse em seu boletim diário o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Além dos ajustes, informações de agências internacionais de notícias também dão conta que o mercado foi influenciado por vendas de resistência técnica baseadas em indicadores gráficos. Apesar da baixa, os principais vencimentos seguem acima de US$ 1,30 por libra-peso. “Os preços do café excederam seu valor fundamental”, disse James Cordier, analista e fundador da OptionSellers.com. “O valor para o café no final deste ano será de US$ 1,30, menor do que o que estamos agora”.

A colheita de café da safra 2017/18 avança no Brasil e estava em 65% até o dia 18 de julho, segundo a Safras & Mercado. Levando em conta a estimativa da consultoria, de 51,1 milhões de sacas de 60 kg, é apontado que já foram colhidas 33,35 milhões de sacas. No ano passado, no mesmo período, o Brasil tinha colhido 64% da safra e na média dos últimos 5 anos para o período em 63%.

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o clima mais seco nos últimos dias favoreceu o avanço dos trabalhos no campo. “E o bom avanço dos trabalhos ao longo das últimas semanas elevou a oferta disponível de café no mercado. No caso do café arábica, segue a queixa de uma safra miúda, especialmente no Sul de Minas e em São Paulo”, disse.

Em entrevista ao site Notícias Agrícolas, o produtor rural de Cabo Verde (MG), Ivan Carlos de Santana, disse que a quebra na safra de café da temporada 2017/18 da região pode superar os 35%, com a colheita próxima de 75%. “Temos em muitas regiões cafés miúdos e com bebida fraca. A estiagem afetou a produção justamente no momento de enchimento de grãos dos frutos. E é preciso destacar que nós já íamos colher menos, pois estamos no ano de bienalidade baixa”, disse.

Mercado interno

Os preços do café estão abaixo de R$ 500,00 a saca nas principais praças de comercialização. Com isso, os produtores continuam retraídos dos negócios e atentos à colheita. “Nesses patamares não fechamos a conta. Com isso, acredito que esse cenário vai refletir em uma redução nos tratos culturais nos cafezais, o que, consequentemente, pode prejudicar a safra seguinte”, diz Santana.

De acordo com informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), os preços do arábica têm sido influenciado nos últimos dias, principalmente, pelas cotações externas e pelo dólar.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 490,00 e queda de 2,97%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 4,00% e saca a R$ 480,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças aconteceu em Varginha (MG) com queda de 2,15% e saca a R$ 455,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. Araguari (MG) teve a maior oscilação no dia com queda de 3,23% e saca cotada a R$ 450,00.

Na sexta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,84 e alta de 0,17%.

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