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Em julho, primeiro mês do novo ano-safra, o Brasil embarcou 1.908.808 sacas de café

 por Carvalhaes:

O numero é 34% menos que no mesmo mês de 2015 e 22% menos que no último mês de junho.Os embarques de conilon foram de apenas 37 359 sacas, 91% menos que as 411 461 scs embarcadas em julho de 2015. Nos sete primeiros meses de 2016 embarcamos 458.391 scs de café conilon, volume que em 2015 embarcávamos em um mês! Foram 2.718.231 scs nos sete primeiros meses de 2015.

Esses números confirmam o fim de nossos estoques, a forte quebra de nossa safra de conilon e a dificuldade dos compradores em praticar preços que não refletem a situação do mercado de café no Brasil. Maior produtor (responsável por aproximadamente 38% do café consumido no mundo), maior exportador e segundo maior consumidor de café, o Brasil enfrenta sérios e sucessivos problemas climáticos para conseguir conservar e ampliar sua produção, única maneira de manter sua fatia no consumo mundial de café. Com o fim dos estoques, fato inédito, o único caminho para atender nossas necessidades de café para exportação e consumo interno, em um mercado que cresce 2% ao ano, será o de aumentarmos significativamente nossa produção. Mesmo que a atual safra venha a ser um pouco maior que a prevista pela CONAB, já não conseguiremos repetir em 2016 e no ano-safra 2016/2017 o mesmo desempenho dos últimos anos.

O significativo aumento de nossas exportações nos três últimos anos-safra ajudou a suprir as torrefações ao redor do mundo nestes anos de forte aumento do consumo mundial. Com as duas grandes secas que enfrentamos, só foi possível aumentarmos nossas exportações com o esgotamento dos estoques brasileiros. A safra que estamos colhendo não será suficiente para repetirmos os números de embarque dos últimos anos e ainda abastecer o mercado interno. Agravando o cenário, segundo nossos agrônomos, mesmo se o clima correr bem, o volume da próxima safra será menor que o da atual.

Quem conhece o mercado físico no Brasil sabe como é difícil comprar cem por cento de uma safra no mesmo ano que é produzida. Em um quadro de escassez como o que enfrentamos os preços precisam subir progressivamente para incentivar os produtores a vender toda sua produção.

Tentando justificar o patamar das cotações em Nova Iorque, descolado da realidade do mercado físico, surgem análises sobre o mercado internacional com números de produção mundial igual, pouco acima ou abaixo do consumo global. Não existindo na visão dessas análises motivos para os preços subirem já que a produção mundial estaria próxima do consumo global. Essas estimativas não são exatas e as mudanças climáticas derrubam continuamente os números de produção. Ainda hoje a OIC divulgou totais menores para a produção do México. O consumo está crescendo e os negócios no mercado físico estão longe de serem resolvidos como se resolve uma equação matemática.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de julho foram embarcadas 1.908.808 sacas de 60 kg de café aproximadamente 34% (970.899 sacas) menos que no mesmo mês de 2015 e 22% (538.402 sacas) menos que no último mês de junho. Foram 1.573.465 sacas de café arábica e 37.359 sacas de café conillon, totalizando 1.610.824 sacas de café verde, que somadas a 295.314 sacas de solúvel e 2.670 sacas de torrado, totalizaram 1.908.808 sacas de café embarcadas.

Até dia 11, os embarques de agosto estavam em 428.835 sacas de café arábica, 2.880 sacas de café conilon, mais 25.508 sacas de café solúvel, totalizando 457.223 sacas embarcadas, contra 361.802 sacas no mesmo dia julho. Até o mesmo dia 11, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.119.694 sacas, contra 810.182 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 5, sexta-feira, até o fechamento de, sexta-feira, dia 12, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 565 pontos ou US$ 7,47 (R$ 23,82) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 5 a R$ 597,35 por saca, e dia 12, a R$ 577,29 por saca. Na sexta-feira, dia 12, nos contratos para entrega setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 85 pontos.

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