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Em todas as pontas da cadeia, Brasil tem pelo menos 30 mil mulheres a frente dos negócios cafeeiros no país
por Virgínia Alves – Notícias Agrícolas
Postado em 13/03/23
Na semana da mulher nada mais justo que o Entrelinhas do Cafezal seja dedicado para elas: as mulheres da cafeicultura brasileira, que ligam todas as pontas do setor, estão presentes desde o campo até a xícara.
E se falando em Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, segundo maior consumidor, o setor ainda conta com uma comunicação efetiva que trabalha diariamente para levar informação ao produtor, ao comprador no exterior e também ao consumidor final, sempre com o intuito de fomentar cada vez mais o consumo da bebida.
Você sabia que atualmente pelo menos 30 mil mulheres comandam negócios na cafeicultura brasileira? Os números recentes fazem parte de uma pesquisa realizada pela illycaffè em parceria com a FIA Business School.
O levantamento apontou ainda que esse número corresponde a 13,2% da produção nacional, ocupando 815 mil hectares, o que corresponde a 9,1% do total da área total de produção de café do Brasil. Os dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) mostram que a cafeicultura está presente em 34 regiões do Brasil, e posso dizer, sem medo de errar, que em cada uma delas existem mulheres trabalhando diretamente com café.
A pesquisa mostrou que a participação da mulher na cafeicultura teve um avanço significativo nos últimos anos, possibilitando assim maior acesso à informação, capacitação profissional e, inclusive, melhoria na qualidade do café.
Não podemos negar que a velocidade das informações nas redes sociais hoje também colaboram para que a comunicação seja mais efetiva, mas também não podemos nos esquecer de nomes que há muitos, muito antes da era digital, trabalham à frente da cafeicultura brasileira.
Entre as ações do setor no Brasil, a pesquisa da illy destacou a criação da Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil, com uma das pioneiras para dar visibilidade à presença feminina no setor.
“As diversas iniciativas da IWCA no Brasil abriu espaço para discussão de outros temas que estão interseccionados com o gênero. Dentre eles, a questão da raça, que está na origem da produção de café no país, quando muitos escravizados negros trabalhavam nas lavouras e em outras atividades”, antes.
O Brasil é líder em pesquisa cafeeira e neste quesito elas também fazem história. Ivone Botone Bazioli é um dos nomes de impacto. “Dona Ivone” como ficou conhecida no meio cafeeiro, por 65 anos dedicou sua vida às pesquisas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). “Esta senhora, Dona Ivone, tornou-se um ícone da existência e relevância do trabalho que mulheres de todas as raças sempre desempenharam na cultura do café no Brasil”, destaca a pesquisa.
Entre as várias pesquisas em que participou, uma delas merece destaque: Dona Ivone colaborou com as pesquisas para as variedades de café Mundo Novo e Catuaí. Duas das principais cultivares que compõem o parque cafeeiro brasileiro até os dias atuais.
No ano de 2021 ela recebeu uma homenagem internacional, pela Coffee Coalition for Racial Equity, e “emprestou” seu nome para implementação do Programa de Bolsas de Estudos para pessoas negras interessadas em estudar assuntos relacionados ao café.
Com quase 300 anos de história cafeeira, é praticamente impossível conhecer e listar todos os grandes nomes que ajudaram no desenvolvimento da cultura no Brasil. Por muitos anos as mulheres ficaram apenas nos bastidores, cenário já bem diferente do que o que observamos atualmente.
Carmem Lucia Chaves de Brito, a famosa “Ucha”, é outro nome que fez história com os cafés do Brasil. A história da primeira mulher a assumir a presidência da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) vai muito além do trabalho eficiente na produção de qualidade e de representatividade do setor. Um dos principais nomes femininos no café do Brasil carrega também uma característica ímpar dos cafeicultores: de não deixar o legado de uma família para trás.
Recentemente a cafeicultura global reconheceu os anos de trabalho realizados por Vanusia Nogueira. Filha de cafeicultores, depois de adulta Vanusia retornou para os negócios da família no Sul de Minas Gerais e por 15 anos representou o Brasil mundo afora como como diretora da BSCA. No ano passado, Vanusia foi nomeada como diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC). Ela foi a primeira mulher na história a assumir o cargo.
Falar sobre as produtoras do Brasil é mergulhar em um mar infinito de nomes que se tornaram referência. Há alguns anos o setor produtivo reconheceu que nas lavouras onde há participação feminina efetiva, a qualidade da bebida se sobressai. O olhar atento, a procura pelos detalhes e a forma de fazer café como elas fazem, levam muita diferença para o consumidor final. Conheça algumas produtoras:
Mas, mais do que isso, atualmente elas também têm transformado a cafeicultura feita por suas famílias. Assumindo posições de liderança, elas estudam, pesquisam e aplicam novas tecnologias em busca de uma produção altamente sustentável.
A busca por sustentabilidade também faz parte das ações das entidades que representam o Brasil no exterior. Os parâmetros ESG, tanto falado no mercado, fazem parte de um trabalho a longo prazo sendo realizado por elas. Na comercialização e em cargos importantes nas mais diversas cooperativas do país, elas também apresentam forte atuação.
Guardando a história e apresentando o café do Brasil para o mundo
Com uma trajetória rica de histórias inspiradoras e de grande peso para o desenvolvimento da economia brasileira, por aqui o setor cafeeiro tem um grande aliado para mater viva a nossa história em todos os seus detalhes: o Museu do Café, que tem atualmente na sua diretoria executiva Alessandra Almeida.
Atualmente o posicionamento do Museu do Café tem como foco continuar buscando os fatos históricos no âmbito econômico, social, cultural e até educacional do país, mas também mostrar o que está acontecendo hoje. “A gente entendeu que o café vive um novo capítulo da história e ela precisa ser guardada. Estamos tentando entender tudo o que está sendo processado pelo café, o que está acontecendo na cadeia para contar e guardar essa história daqui pra frente”, comenta.
Aqui ou para a mídia internacional, as comunicadoras do café também fazem a diferença no setor. Nas cooperativas, elas são responsáveis por ligar toda a mídia ao campo, ao produtor e a realidade do agronegócio brasileiro. Nas mais variadas plataformas digitais existentes atualmente elas estão presentes: cada uma com seu jeito particular de informar sobre e para um dos principais setores do Brasil.
Conheça também alguns rostos que representam o setor mundo afora:
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