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Especialista indica como intensificar produção de robusta em Uganda

por CaféPoint:

O especialista na produção de cultivos da Universidade do Estado de Dakota do Norte (NDSU), dos Estados Unidos, Hans Kandel, está ajudando os agricultores de Uganda a encontrar maneiras de aumentar a produção de café de seu país.

“O café é um produto agrícola importante na África. Os países africanos exportam cerca de 21% do café comercializado internacionalmente. Desses países, a Uganda é o principal exportador da África. O café produz receitas para pequenos agricultores e a produção de café também constitui 20% das receitas nacionais de exportação dos ugandenses”, explicou Kandel.

Kandel foi a Uganda do final de abril até meados de maio para avaliar o sistema de produção de café dos fornecedores de insumos de produtos químicos e sementes aos exportadores. O objetivo de sua viagem era identificar as áreas de melhora e ajudar a desenvolver um projeto que pode aumentar a produção de café de Uganda, melhorar o conhecimento dos produtores de café e suas práticas de cultivo e aumentar as receitas dos produtores de café de subsistência.

Ele visitou os fornecedores de insumos agrícolas, os pequenos agricultores, cooperativas e compradores de café, processadores e exportadores. O programa agricultor a agricultor, financiado pela Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID), apoia a viagem.

O principal tipo de café produzido em Uganda é o robusta. O café robusta de Uganda é considerado como um dos melhores do mundo e obtém um premium considerável. A maior parte do café de Uganda é exportada a países da União Europeia (UE).

Uganda conta com aproximadamente 500.000 pequenas fazendas de café. Cada uma tem menos de 2,4 hectares de terreno. Muitos agricultores dependem da colheita de café como sua principal fonte de receitas. Em muitas fazendas de Uganda, o café está intercalado com banana, que é um alimento básico principal.

O rendimento de café de Uganda por hectare tem diminuído desde a década de 1990 por causa do envelhecimento das árvores de café e da traqueomicose do café, que podem ocasionar a morte das árvores.

“Várias organizações de Uganda e internacionais, incluindo a USAID e agências identificaram o café como um produto básico para se concentrar nas intervenções de desenvolvimento”. Dentre as práticas recomendadas, Kandel está utilizando clones adaptados a doenças e resistentes a pragas de café robusta, a poda, o controle da erosão do solo e a luta contra diversas doenças de pragas com pesticidas.

Melhorar a gestão dos nutrientes do solo e a fertilidade também pode ajudar os produtores de Uganda a aumentar a produtividade de suas plantas. Segundo o especialista, os nutrientes do solo podem melhorar mediante vários métodos, incluindo o uso de compostagem das casas, esterco, fertilizantes artificiais. O cultivo intercalado com cultivos de leguminosa também pode aumentar a produtividade por unidade de terra.

Kandel ensinou aos produtores de Uganda os conceitos básicos da inoculação e a fixação de nitrogênio e foi capaz de conectar com um projeto para abastecer aos agricultores com o inoculante de feijão.

“Outra forma de aumentar as receitas agrícolas é mediante a adição de valor à produção de café. Para obter um produto de qualidade, é importante recolher apenas frutos maduros, secar adequadamente o cultivo na fazenda e descascar o café na fazenda em vez de vender grãos de café fresco. As mudanças na gestão requerem uma redistribuição dos recursos da família – terra, trabalho, gestão do tempo e dinheiro -, mas, se praticado intencionalmente, essas mudanças poderiam dar lugar a uma receita familiar mais alta”.

A reportagem é do Food News Latam / Tradução por Juliana Santin

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