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Espírito Santo já colheu até 20% de safra de café afetada por seca, diz governo

por Revista Cafeicultura:

O Espírito Santo, segundo produtor brasileiro de café, já colheu até 20 por cento de sua safra projetada para 2015, ou cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg, incluindo grãos arábica e robusta, afirmou nesta terça-feira um pesquisador de um instituto governamental do Estado, que normalmente responde por um quarto da produção brasileira.

A colheita no Estado, que só perde para Minas Gerais em produção, está mais acelerada este ano, uma vez que a mesma estiagem que reduziu a colheita esperada também acelerou a maturação dos grãos, disse à Reuters o pesquisador Romário Gava Ferrão, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

“Um pouco mais acelerado que o ano passado, uma vez que em regiões em que houve seca, associada a altas temperaturas e insolação, acelerou a maturação de maneira forçada… provocando assim, antecipação na colheita”, disse Ferrão, por email.

Além de ser grande produtor no país, o Espírito Santo é o maior no cultivo da variedade robusta, respondendo por grande parte do total colhido no Brasil.

A colheita de robusta, pelas características da variedade, também ocorre antes da do café arábica, que responde pela maior parte da safra do Brasil, o maior produtor global de café. Os trabalhos com o arábica em Estados como Minas Gerais e São Paulo apenas se intensificam nas próximas semanas.

Pela previsão de colheita do pesquisador, a safra total capixaba de 2015 ficaria em torno de 10 milhões de sacas, ante quase 13 milhões de sacas levantadas pelo Ministério da Agricultura para a produção de 2014 –desse total, quase 10 milhões de sacas foram de robusta no ano passado.

O número indicado também ficaria abaixo da atual previsão do governo federal, mas o pesquisador destacou que uma visão mais acurada da colheita de 2015 só poderá ser vista no próximo levantamento do ministério.

A safra de café robusta e arábica do Espírito Santo de 2015 foi estimada no início do ano pelo ministério entre 11,4 milhões e 12,1 milhões de sacas, ante 12,8 milhões de sacas no ano anterior.

De acordo com Ferrão, a safra do Espírito Santo foi afetada por seca na floração, entre agosto e setembro de 2014, e na formação e enchimento de grãos (de dezembro a fevereiro). Além disso, as lavouras do Estado sofreram com altíssimas temperaturas e insolação elevada.

“Houve problema de fertilização das flores, formação e enchimento de frutos. Esses problemas ocasionaram menor número de frutos na planta, grãos mal formados, mais leves, defeituosos e queimados, levando à redução da produção e interferência negativa na qualidade final do produto”, afirmou o pesquisador.

De acordo com ele, a perda a ser registrada na safra atual deverá ser superior a 20 por cento, devendo ser confirmada na segunda estimativa do Ministério de Agricultura, com previsão de divulgação em 8 de junho.

Ele citou áreas de café robusta no sul do Estado como as mais afetadas pelas adversidades climáticas, com perdas de até 50 por cento.

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