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Estoques da ICE têm baixas e preços do arábica e conilon terminam com valorização

Postado em 26/08/2020

O mercado futuro do café arábica finalizou as cotações desta terça-feira (25) com valorização acima dos 200 pontos para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Analista de mercado destaca que a baixa nos estoques monitoradores da ICE têm refletido diretamente no mercado, contribuindo para altas mais expressivas neste início de semana.

Setembro/20 teve alta de 295 pontos, valendo 123,20 cents/lbp, dezembro/20 registrou alta de 280 pontos, valendo 122,95 cents/lbp, março/21 registrou valorização de 260 pontos, negociado por 124,45 cents/lbp e maio/21 subiu 260 pontos, valendo 125,30 cents/lbp.

Segundo Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, durante o mês de Agosto foi registrada uma baixa muito expressiva nos estoques certificados. “Os preços de armazenamento estavam muito baixos em relação ao de hoje e então nós vemos as baixas nos estoques”, comenta. Segundo a análise do site internacional Barchart, estoques de café arábica monitorados pela ICE na segunda-feira caíram para  1,318 milhão de sacas.

Além dos estoques, Haroldo destaca que os preços também tiveram um pregão de correção. Outro fator importante para a formação dos preços na Bolsa é que o mercado já começa a absorver os números da safra brasileira, que já está na reta final nas principais regiões produtoras do país.

As altas chegaram a ultrapassar os 300 pontos no início da tarde, mas segundo o Barchart os ganhos recuaram depois que a Marex Spectron elevou sua estimativa de excedente global de café em 2020/21 para +3,1 milhões de sacas, citando a redução da demanda de café devido ao fechamento de restaurantes e cafés devido à pandemia de Covid.

Vale lembrar que o consumo da bebida gerou uma incerteza no setor cafeeiro nos últimos meses, mas que a expectativa é de que as condições continuem positivas para o mercado, mesmo com a entrada da safra brasileira. Apesar da pandemia, os preços no exterior e mercado físico não sofreram impactos tão severos como aconteceu com outras commodities agrícolas.

Preços no Brasil 

No Brasil, o café arábica acompanhou o exterior e também finalizou com valorização nas principais praças produtoras do país.

O tipo cereja descascado teve alta de 3,79% em Varginha/MG, valendo R$ 685,00. Campos Gerais/MG registrou valorização de 2,24%, negociado por R$ 684,00. Patrocínio/MG teve alta de 0,78%, valendo R$ 650,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 665,00.>>> Veja mais cotações aqui

Café robusta também finaliza com valorização 

As cotações futuras do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) acompanharam Nova York e finalizaram o pregão também com valorização de 1,07%. Novembro/20, principal contrato de referência, teve alta de US$ 16 por toneladas e negociado por U$ 1421,00 por tonelada.

Janeiro/21 registrou alta de U$ 13 por tonelada, valendo U$ 1426,00, março/21 subiu U$ 11 por tonelada, negociado por U$ 1436 por tonelada e maio/21 registrou alta de U$ 8 por tonelada, encerrando o pregão valendo 1447,00 por tolenada.

Haroldo destaca que além do estoques – que tiveram baixas de 10.908 lotes na ICE, o mercado já começa avaliar uma quebra na safra do brasil. A Cooabriel – cooperativa que atua na Bahia e no Espírito Santo, é confirmado uma baixa de 15% na produção deste ano.

O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, ao avaliar a quebra lembra que houve no ano passado um período de ventanias fortes, que coincidiram com a época da florada. Além disso, reforça que muitos cafeicultores não investiram em tratos culturais em razão do baixo preço do café. “Sempre pontuamos que em razão disso o produtor amarga prejuízos na época da colheita. É importante tratar do café mesmo em tempos difíceis, pois épocas melhores virão”, finalizou.

O analista destaca que ainda o maior produtor do café tipo Conilon, o Vietnã, ainda está na entressafra e a colheita deve começar dentro de dois meses. “Nesse meio tempo teremos a florada aqui no Brasil, que é mais um fator importante para o mercado. Lembrando que a safra no Vietnã é considerada relativamente boa e pode pressionar os preços para baixo lá na frente”, comenta Haroldo.

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