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Falta de chuvas provoca danos irreversíveis ao café de El Salvador

 por CaféPoint:

A falta de umidade na terra e o aumento generalizado na temperatura já provocaram sérios danos à colheita de café de El Salvador.

O presidente da Fundação Salvadorenha para Pesquisas de Café (Procafe), Atilio Magaña, disse que a insuficiência de chuvas no território faz com que caia o grão de café ainda imaturo, uma situação que os cafeicultores chamam de “purga”. O arbusto, ao receber menos água do que precisa, começa a jogar os grãos que tinham surgido depois da floração. Mesmo se a situação de chuvas se normalizar, os danos não são compensados. “O café que cai já não se recupera”.

Nas plantações de café também se observa que os insetos têm se multiplicado. Da mesma forma, as folhas e os talos murcharam, ou seja, não se sustentam e se inclinam para baixo.

Magaña explicou que a situação é observada tanto no ocidente como no oriente do país, e os produtores consultados dizem que se observa na maior parte da região central.

“O crescimento do grão não é o que se requer. Haverá grãos pequenos ao final da colheita”, disse o presidente da Procafe e, em consequência, precisará de mais grãos para obter um quintal ou libra. Por isso, aumentam as possibilidades de que a produção, medida pelo número de quintais (sacas de 46 quilos), seja menor do que o esperado.

Além disso, sem água a planta não absorve o fertilizante e o agroquímico (por exemplo, fungicidas contra a ferrugem) terá um efeito menor.

Semana passada, o Ministério da Agricultura e Pecuária do país (MAG) fez uma reunião com alguns representantes das associações de café para detalhar as condições climáticas e como afetarão o café.

O ministro do MAG, Orestes Oretez, disse que no oriente se observam mais problemas pela seca. No entanto, já quase terminaram de distribuir as sete milhões de mudas de café para a renovação e, de acordo com o acompanhamento, conseguiram se adaptar com um bom tratamento. O funcionário espera que isto ajude aos produtores com problemas.

Os representantes da Associação Nacional de Café (Anacafe, na Guatemala) e do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafe) explicaram que a falta de chuvas nas plantações colocará em perigo a colheita que começa a ser colhida no final desse ano e termina no primeiro trimestre de 2016.

Mario Chocooj, da Anacafe, disse que em algumas regiões, observa-se o grão negro, ou seja, que a semente dentro do fruto não cresceu com todo seu potencial. Isso também é consequência de não receber umidade suficiente. “Esta é uma etapa crítica para o preenchimento do fruto”, ou seja, é nessa ocasião que as cerejas do arbusto se enchem de mel, que é o que permite obter o volume ótimo.

Néstor Meneses, do Ihcafe, disse por sua vez que, embora se espere uma onda de calor longa em julho e já se observem problemas de solo seco, sempre calculam que haverá um aumento de 1,53 milhão de sacas de 60 quilos na produção de 2016, para 4,6 milhões de sacas de café. Os problemas serão observados – como se espera em El Salvador – com o peso do grão na hora do processamento.

Os produtores membros da Associação Cafeeira de El Salvador (Acafesal) advertem que, pelas atuais condições, no país a colheita que fecha em 2016 poderia oscilar entre 345.000 e 383.333 sacas, frente às 701,438,66 do ano anterior.

A reportagem é do http://www.eleconomista.net / Tradução por Juliana Santin

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