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Ferrugem infecta 80% dos cultivos de café de El Salvador

por CaféPoint:

A reportagem é do http://www.laprensagrafica.com / Tradução por Juliana Santin

O fungo da ferrugem do café estendeu-se com rapidez desde as últimas chuvas de 2014 e a Fundação Salvadorenha para Pesquisas de Café (Procafe) detalhou as medidas que devem ser tomadas pelos produtores a partir de agora.

A Procafe salvadorenha também advertiu que as precipitações que foram observadas no começo da temporada de colheita propiciaram a virulência do fungo nos cafezais, “até se observar nesses níveis de até 80% de incidência”.

Há três maneiras de ilustrar até onde a ferrugem infectou. A Procafe considerou o impacto sobre cada arbusto. No entanto, a Associação Cafeeira estima que a média de infestação das fazendas de 13 departamentos do país é de 25% a 70%. Finalmente, o Governo calcula que o fungo afetou um pouco mais de 10%.

“Existe grande quantidade de esporos com capacidade de reproduzir e multiplicar a doença na próxima época chuvosa”, disse a Procafe.

O presidente da Associação Cafeeira, Sergio Ticas, disse que durante a colheita do grão (de setembro a março), as pessoas levaram esporos do fungo de um arbusto a outro.

A temporada de colheita é complicada para o combate à ferrugem. O especialista agrícola do Departamento de Agricultura do Governo dos Estados Unidos, Miguel Fabio Gerrera, disse que não se podem aplicar fungicidas ou agroquímicos durante a colheita, porque pode afetar a cereja que será processada.

A Procafe estimulou os cafeicultores a tomar atitudes nessa temporada, que é a de floração. Porém, os cafeicultores devem ser muito cuidadosos para não entorpecer a maturação da cereja. A instituição pediu para “não realizar a aplicação de fungicida durante o processo de abertura da flor”.

Se as condições são as adequadas para aplicar um fungicida, a fundação recomenda eleger os que sejam do “grupo das estrobilurinas”, que se preparam a partir de outros fungos. Se não há floração, os cafeicultores podem aplicar esses fungicidas em plantas jovens, de entre um a três anos.

O mesmo pode ser feito nos “cafezais adultos, com mais de 50% da folhagem e com boas perspectivas de colheita”. Finalmente, a recomendação se estende aos arbustos que tenham menos de 25% de infestação de ferrugem.

No caso dos cafezais não cumprirem com nenhuma das condições anteriores, a Procafe “sugere fazer uma amostra e realizar um plano de controle químico a ser iniciado em maio”. Um dos fatores que levou à baixa no rendimento do cultivo de café foi a idade dos arbustos. Quanto mais anos produziram, mais são vulneráveis à ferrugem.

No país, predominam bourbon e pacas, devido ao fato de fornecerem uma xícara de excelente qualidade. Segundo a Procafe, a idade média dos arbustos bourbon é de 42 anos e das pacas, de 38 anos. No entanto, somente 17% do parque está em processo de renovação.

Diferentes setores governamentais, associações e cooperação esperam impulsionar um intenso processo de renovação a partir desse ano. No entanto, falta determinar as variedades que serão utilizadas.

Uma das propostas que se terão a partir do plano que será desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), segundo Herrera, é que os cafeicultores terão a opção de manter as variedades atuais, mas com melhores práticas agronômicas.

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