NOTÍCIAS

Funcafé: repasse a agentes chega a 77% do contratado

P1 / Ascom CNC:

BALANÇO SEMANAL — 09 a 13/12/2019

Funcafé: repasse a agentes chega a 77% do contratado

Instituições receberam R$ 3,831 bilhões para linhas de Comercialização, Custeio, FAC, Capital de Giro e Recuperação de Cafezais

O repasse de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos agentes financeiros, na safra 2019/20, chegou a R$ 3,831 bilhões até 29 de novembro. A informação é do Conselho Nacional do Café (CNC) após apuração junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A quantia liberada às instituições, até a data, representa 77,2% do total contratado por bancos e cooperativas de crédito junto ao Fundo no ciclo cafeeiro atual, que soma R$ 4,962 bilhões. Para a safra 2019/20, o Funcafé disponibiliza um total de R$ 5,071 bilhões.

Do volume repassado até o momento, R$ 1,568 bilhão foi destinado à Comercialização, o que corresponde a 79,9% do disponibilizado para esta linha; R$ 966,2 milhões para Custeio (74,3%); R$ 762 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café – FAC (66,3%); R$ 531,5 milhões para Capital de Giro (81,8%) e R$ 3,250 milhões para Recuperação de Cafezais (32,5%).

 

CNC alerta sobre necessidade de pagamento à OIC

Entidade indica que, na atual conjuntura de mercado, é fundamental que o país tenha direito a voz e voto para participar ativamente nas discussões

O Conselho Nacional do Café (CNC) protocolou, na terça-feira, 10 de dezembro, ofícios nos Ministérios da Economia (ME) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manifestando sua preocupação quanto ao pagamento das contribuições devidas pelo Brasil à Organização Internacional do Café (OIC) referente aos anos cafeeiros 2018/19 e 2019/20.

Endereçados aos secretários Erivaldo Gomes, de Assuntos Econômicos Internacionais, e Marcos Prado Troyjo, Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do ME, e à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o documento recorda que a OIC é o único fórum internacional que reúne os governos dos países produtores e consumidores de café e, em suas reuniões semestrais, estão sempre presentes as principais indústrias e traders que adquirem os produtos do Brasil.

O CNC recordou que o Organismo adota como referência para seus trâmites e decisões o ano cafeeiro de 1º de outubro a 30 de setembro e, devido a essa particularidade, o Brasil já acumula saldo devedor de duas contribuições. “A persistência do atraso nos pagamentos trará consequências muito negativas para o nosso país, maior fornecedor de café do mundo”, alerta o presidente da entidade, Silas Brasileiro.

Ele lembra que o Brasil é o maior produtor e exportador e segundo maior consumidor de café mundial e que, sendo o diretor executivo da OIC um brasileiro e o corpo diplomático da Representação Permanente do Brasil junto às Organizações Internacionais em Londres (Rebraslon) responsável por coordenar o grupo dos países produtores, o não pagamento das duas contribuições em atraso passará a imagem de um setor enfraquecido para os compradores de nossos produtos e demais nações cafeeiras.

O presidente do CNC entende as dificuldades fiscais que o Brasil ainda enfrenta e enaltece os esforços que o Governo tem realizado para honrar seus compromissos junto aos organismos internacionais, inclusive à OIC. “Mas é necessário alertarmos que, se apenas uma anuidade for paga, continuaremos inadimplentes, sem direito a voto neste momento importante em que a Organização rediscute o Acordo Internacional do Café e com participação comprometida em importantes eventos internacionais que ocorrerão em 2020, como a 5ª Conferência Mundial do Café”, adverte.

Brasileiro indica que, na atual conjuntura de mercado, é fundamental que o país tenha direito a voz e voto para participar ativamente nas discussões da OIC e influenciar seus direcionamentos a fim de evitar que sejam estimuladas medidas com potencial de prejudicar o market share dos cafés nacionais e a renda dos produtores brasileiros.

Após três anos de crise de preços, o mundo do café está polarizado, com os demais países produtores e consumidores se opondo a Brasil e Vietnã, que possuem um nível maior de competitividade.

“Nas discussões promovidas pela OIC, a exemplo do 1º Fórum de CEOs e Líderes Globais, realizado em setembro, em Londres, foi evidente o interesse da indústria internacional em diversificar suas fontes de fornecimento e ficar menos dependente do Brasil, promovendo estratégias de fomento à produção nos países menos competitivos, incluindo pagamento de preços diferenciados e transferência de recursos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias”, revela Brasileiro.

O presidente do CNC completa que essas discussões terão continuidade em abril de 2020, durante a 126ª Sessão do Conselho Internacional do Café, em Londres, e em setembro, na 5ª Conferência Mundial do Café, na Índia, quando também ocorrerão o 2º Fórum de CEOs e Líderes Globais e a 127ª Sessão do Conselho Internacional. “É crucial que a delegação brasileira esteja fortalecida nesses encontros, com pleno direito a voz e voto, para poder defender os interesses do nosso país relacionados ao café”, conclui.

 

Café segue em alta e acumula alta superior a 15% em dezembro

Futuros do arábica recebem suporte da expectativa de oferta mundial apertada. Quadro sobrecomprado pode gerar correção

O mercado futuro do café arábica seguiu em escalada nesta semana e elevou os ganhos acumulados no mês para mais de 15%. A alta vêm sendo impulsionada pelo quadro técnico altista e pela expectativa de oferta mundial inferior à demanda em 2020. Contudo, analistas indicam que a rápida valorização gera um quadro técnico sobrecomprado e os preços podem passar por uma correção.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento mar/20 encerrou o pregão de ontem a US$ 1,3725 por libra-peso, acumulando valorização semanal de 1.245 pontos. Na ICE Europe, o vencimento mar/20 do café robusta avançou US$ 35 no período, fechando a sessão de quinta-feira (12) a US$ 1.447 por tonelada.

O dólar comercial se desvalorizou em 1,3% frente ao real nesta semana, pressionado pela mudança de perspectiva “neutra” para “positiva” na nota de crédito soberana divulgada pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings. Outro fator de pressão foi a notícia sobre possível acordo entre EUA e China. Ontem, a moeda fechou a R$ 4,0916.

Em relação ao clima, o cinturão cafeeiro do Brasil deverá permanecer com temperaturas elevadas e ocorrência de rápidas pancadas de chuva na Região Sudeste, que concentra a maior parte da produção, de acordo com informações da Somar Meteorologia.

No mercado físico, as cotações acompanharam o cenário internacional e avançaram. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), “a forte recuperação nos preços externos e internos dos cafés arábica e robusta tem atraído agentes ao mercado e, com isso, elevado a liquidez doméstica”.

Especificamente para o arábica, até a semana passada, a comercialização da safra 2019/20 já havia superado os 70% do volume total colhido entre as regiões acompanhadas pela instituição. Quanto ao robusta, de 65% a 75% da safra atual haviam sido negociados no Espírito Santo. Em Rondônia, o volume é de 90% a 95%.

Em relação aos preços, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon situaram-se em R$ 568,74 por saca e R$ 316,29 por saca, respectivamente, apresentando valorizações de 6% e 0,2% na semana.

 

Notícias Relacionadas