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Honduras: variedade plantada para sobreviver à ferrugem não é mais resistente
por CaféPoint:
Plantada justamente por conta da sua alta resistência à doença, a variedade constitui uma porção significativa da produção de café hondurenha desde que uma epidemia de ferrugem atingiu a América Central, a partir de 2012. Uma delegação de exportações informou ao ministro da agricultura de Honduras sobre esse novo desenvolvimento.
O Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé) recebeu relatos de infecções por ferrugem em café da variedade Lempira em janeiro de 2017. Uma das primeiras hipóteses levantadas foi de que as plantas que se pensavam ser Lempira, na verdade, eram de outra variedade suscetível à doença.
O World Coffee foi informado e se ofereceu para realizar testes de DNA para confirmar a variedade das plantas. Amostras de folhas foram coletadas de dois locais: uma fazenda altamente infectada na parte oriental do país e plantas Lempira mantidas pelo Ihcafé. Os testes foram positivos, confirmando que a variedade agora é realmente suscetível à ferrugem.
De acordo com o Ihcafé, até abril 2017 a taxa de incidência de ferrugem no país era de apenas 6% (abaixo do nível de danos econômicos). No entanto, 18% das fazendas de Lempira pesquisadas em março tinham um nível de incidência superior a 10%. Com isso, o Ihcafé está alertando os produtores sobre o possível desenvolvimento de um ataque severo após o início das chuvas.
Há duas possibilidades para explicar por que o Lempira está mostrando vulnerabilidade à ferrugem, uma delas é que uma cepa de ferrugem tradicionalmente presente em Honduras pode ter sofrido mutação e superado a resistência da variedade. Também é possível que uma cepa de ferrugem que ainda não estava presente no país tenha se movido para a região.
Pesquisadores e produtores estão preocupados há anos com os possíveis cenários que podem surgir na América Central.
É bem conhecido que há dezenas de tipos de ferrugem que afetam o café no mundo todo, com apenas um pequeno número apresentando desafios significativos para a produção de café na América Central. Historicamente, as cepas predominantes na América Central foram as I e II, porém, é possível que um tipo de ferrugem para a qual a Lempira nunca foi resistente tenha agora se movido para a região. Não há nenhuma variedade resistente à ferrugem que seja resistente a todas as cepas existentes.
Amostras de esporos de ferrugem recolhidos em locais infectados foram enviadas para um centro de pesquisa em Portugal para identificação, mas os resultados não devem sair antes de agosto.
O World Coffee Research está verificando sites em seu Experimento Internacional de Variedades Multilocais em 24 países para determinar se a Lempira é afetada em outros lugares além de Honduras. O experimento global foi estabelecido em 2014, em parte como um sistema de monitoramento do movimento de doenças e pragas nas zonas de produção de café em todo o mundo. Antes do estabelecimento do programa, não havia um sistema global de monitoramento da doença do café e do movimento de pragas.
Desde seu início em 2012, o World Coffee Research estabeleceu inúmeros programas para enfrentar a natureza frágil da resistência à ferrugem do café na região, incluindo um programa regional de melhoramento que inclui a criação de novos híbridos interespecíficos, um guia para técnicos e produtores de café sobre amplas abordagens agronômicas para o controle da ferrugem, um programa para garantir a qualidade e a pureza genética das sementes e mudas vendidas aos produtores e um esforço global para proteger os recursos genéticos do café que os produtores precisam aproveitar para garantir maior diversidade genética para a cultura.
No final de maio, o World Coffee Research se reunirá com especialistas de toda a região imediatamente antes da Cúpula Mundial da Ciência do Café, em San Salvador, para elaborar um plano de ação regional e global.
As informações são do http://gcrmag.com./ Tradução Juliana Santin
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