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Lavouras de café podem reduzir impacto das mudanças climáticas, aponta estudo

por Redação Globo Rural

Perdas adicionais serão compensadas pela fertilização com CO2, resultando em maior produtividade (Foto: Alexandre Soares/Emater-MG)

Desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente, uma pesquisa do holandês Fabian Verhage foi na contramão das previsões que mostram que até 2050 a produtividade de café arábica brasileiro será reduzida. “Entre 2040 e 2070, as simulações indicam diminuição das perdas devido à geada e os rendimentos futuros podem atingir 1,81 tonelada por hectare em média no Brasil”, apontou Verhage. De acordo coma Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), hoje a média de produção do café arábica é de 1,5 tonelada.

O estudo avaliou os impactos do aumento da concentração de CO2 (dióxido de carbono) do ar e disponibilidade de água em duas cultivares de café e propôs um modelo de projeção da produtividade aplicado para 42 municípios, em um cenário futuro entre 2040 e 2070.

A projeção mostrou que as perdas irão aumentar por causa da elevação da temperatura e ao déficit hídrico. No entanto, as perdas adicionais serão compensadas pelo efeito da fertilização com o CO2, resultando em um aumento de produtividade.

Para o autor, essa pesquisa vai ajudar os produtores a compreenderem melhor os efeitos do clima na produção de café no Brasil, além de direcioná-los para melhores técnicas de manejo. Verhage ainda acredita que estudiosos e responsáveis por formular estratégias de mitigação e adaptação da atividade agrícola poderão ser direcionados com este trabalho.

Questionado sobre o impacto positivo da concentração de CO2, o holandês alertou sobre outras situações que podem afetar as lavouras.“O comportamento de pragas e doenças, o manejo das reservas de água e outros fatores não devem ser deixados de lado”, disse.

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