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Maggi encaminha à Camex pedido de importação de conilon contrariando a lógica e a cafeicultura brasileira

por Carvalhaes:

Contrariando a lógica e a cafeicultura brasileira, após indefinição que durou três meses, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na última segunda-feira, informou que decidiu encaminhar à Camex – Câmara de Comércio Exterior pedido para que a importação de café conilon seja liberada por um período determinado. Na quarta-feira, o Gecex – Comitê Executivo de Gestão ligado à Camex, publicou encaminhamento de indicação favorável a autorização da importação de café conilon pelo Brasil. O volume autorizado é de um milhão de sacas, entre fevereiro e maio, com limite de 250 mil sacas por mês. Esta decisão de caráter técnico, dará subsídio à decisão final da Camex, que deverá se reunir no próximo dia 22. A Camex é presidida pelo Presidente da República e composta por diversos ministérios.

O deputado federal Evair de Melo vêm liderando a defesa da cafeicultura brasileira com muita competência. O senador Ricardo Ferraço se posicionou contra a importação e diversas lideranças e entidades da produção estão se posicionando. Na terça-feira, 14, no Sindicato Rural de Uberaba, em evento com a presença do ministro Blairo Maggi, o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, representando a primeira denominação de origem para cafés no Brasil, formada por 55 municípios e 4.500 produtores, voltou a questionar a importação de café conilon. Hoje, dia 17, sexta-feira, a Cooxupé – Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé, maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, além de maior exportadora de café do Brasil, divulgou nota de repúdio à importação de café pelo Brasil, considerando que o Brasil tem produção suficiente para atender a sua demanda interna e externa.

O CNC – Conselho Nacional do Café se posicionou fortemente contra a importação de café, mas, inexplicavelmente seus últimos informativos “Balanço Semanal”, incluindo o que circula hoje, não trazem uma única linha sobre este importante assunto. Leia mais informações sobre “importação de café” em nosso site. Nossa opinião sobre o assunto, contrária à importação, está colocada em nossos boletins semanais dos últimos três meses.

Esperamos que o ministro Blairo reconsidere sua posição e em seguida convide lideranças de todos os segmentos de nosso agronegócio café a construírem uma nova política para o café brasileiro, evitando esses sobressaltos e decisões precipitadas. 2018 será ano de safra cheia e hora de começar a refazer o estoque governamental, para ser usado em anos de escassez ou quebra na produção brasileira.

O mercado físico brasileiro permaneceu praticamente paralisado por toda a semana. Os contratos de café na ICE Futures US acumularam alta de 205 pontos no período, mas o real continuou se fortalecendo frente ao dólar e as ofertas ficaram em um patamar onde não apareceram vendedores. As cotações em NY não refletem o delicado equilíbrio entre produção e consumo mundial.

A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.322.767 em 31 de janeiro de 2017. Uma alta de 66.627 sacas em relação às 6.256.140 sacas existentes em 31 de dezembro de 2016.

Até dia 16, os embarques de fevereiro estavam em 1.035.900 sacas de café arábica, 1.020 sacas de café conilon, mais 75.383 sacas de café solúvel, totalizando 1.112.303 sacas embarcadas, contra 661.342 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.583.552 sacas, contra 1.179.568 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 17, subiu nos contratos para entrega em março próximo 205 pontos ou US$ 2,71 (R$ 8,37) por saca. Em reais, as cotações para entrega em. Na sexta-feira, dia 17, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 150 pontos.

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