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Mancha manteicosa, doença pouco conhecida em cafezais arábica

por  CaféPoint:

A mancha manteicosa é uma doença bastante frequente e conhecida em cafeeiros robusta, da espécie C. canephora. Ultimamente, também em cafeeiros da espécie C. arábica a doença tem aparecido, sendo, nessa espécie, quase desconhecida. A mancha manteicosa é causada por um fungo do gênero Colletotrichum, provavelmente da espécie C. gloesporioides, que ataca toda a parte aérea de cafeeiros, as folhas, ramos e frutos.

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Sua particularidade é que o patógeno só ataca algumas plantas na lavoura, àquelas com susceptibilidade genética a ele, por isso ela fica restrita a plantas jovens, até o 3º e 4º ano de campo, pois em plantas muito susceptíveis a doença acaba matando os cafeeiros até essa idade. Nas lavouras de café conillon a doença era grave em plantações formadas com mudas oriundas por sementes, situação onde sempre havia um percentual (3 a 5%) de plantas susceptíveis, sendo constatado, ainda, que ocorriam diferentes níveis de susceptibilidade, com plantas muito susceptíveis, morrendo rapidamente, e outras com poucas folhas atacadas.

Com uso das mudas clonais, estas retiradas de estacas de plantas matrizes mais velhas e sadias, portanto que passaram pela fase de possível ataque, a doença deixou de ser problema nas lavouras com cultivares clonais. Nas lavouras de café arábica raramente ocorre mancha manteicosa. Quando aparece essa doença, quase sempre trata-se de plantas híbridas, onde existe a espécie C. canephora na origem do cruzamento. Assim tem ocorrido em plantas de catucai (origem em Icatu e este do robusta), em acauã (origem do H. Timor e este do robusta) e outros. Recentemente, em Coromandel, observou-se uma seleção de acauã com maior frequência de mancha manteicosa, isto indicando maior concentração de genes de robusta nessa seleção.

Para finalizar, são apresentados os sintomas típicos da mancha manteicosa, para auxiliar os técnicos de campo a tirarem dúvidas na identificação da doença, em algumas plantas que possam aparecer doentes nas lavouras. As folhas atacadas apresentam grande numero de lesões, cobrindo quase todo o limbo foliar, as quais tem aspecto oleoso, com aprofundamento ligeiro em relação ao restante do limbo da folha. Vistas contra a luz, as foto (1)lesões parecem pequenas manchas de óleo ou de manteiga, daí o nome da doença. Os sintomas evoluem para a queima de ramos, laterais e ponteiros e, até, para a morte total das plantas muito susceptíveis.

 

Quanto ao controle ele não é pratico, pois a doença atinge apenas algumas plantas

susceptíveis, não se expandindo para as demais. Em caso de necessidade, pode ser feito replantio de falhas eventuais.

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