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Mercado com muita especulação no início de 2018

por Carvalhaes:

Nesta primeira semana de 2018, mais curta devido ao feriado de primeiro de janeiro na segunda-feira, o mercado físico brasileiro de café trabalhou pouco. A bolsa de Nova Iorque, depois de operar a última semana de 2017 com boas altas (os contratos de café com vencimento em março próximo na ICE acumularam 580 pontos de alta), fechou no dia 2 de janeiro, primeiro dia útil do ano, com 400 pontos de alta, dando a impressão que a primeira semana do novo ano seria firme no mercado físico brasileiro.

O forte recuo do dólar frente ao real, mais de 2% de baixa na semana, acabou prejudicando o bom andamento do mercado físico. Em Nova Iorque, os contratos de café para março acumularam mais 225 pontos de alta nesta semana. No Brasil, as ofertas em reais, apesar de um pouco mais altas, não refletiram a boa alta de 825 pontos em duas semanas, a última de 2017 e a primeira de 2018. Sem preços melhores em reais, os negócios fechados foram poucos.

Há muita especulação sobre o mercado de café em 2018. Os “chutes” sobre o tamanho de nossa nova safra aparecem de todos os lados. A CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento deve divulgar neste mês de janeiro sua primeira estimativa. Sem estoques governamentais e em ano safra de ciclo baixo, a necessidade de café no primeiro semestre de 2018, para cumprirmos nossos embarques e atendermos o consumo interno, deverá ficar ao redor de 15,3 milhões de sacas para a exportação (assumindo que repetiremos neste semestre a mesma média mensal de 2017) e 11 milhões de sacas para o consumo interno. Portanto precisaremos de aproximadamente 26,30 milhões de sacas até o final de junho, quando terminará nosso ano safra 2017/2018. A pergunta é se neste início de janeiro existe nos armazéns brasileiros esse volume de café.

Nossa safra de 2018, que entrará no mercado a partir do final de junho, será maior, de ciclo alto, mas nossos agrônomos afirmam que depois de três anos de problemas climáticos ela não será recorde. Em 2019 teremos novamente uma safra de ciclo baixo. Sem estoques e com o consumo brasileiro e mundial em alta não é difícil para nosso governo adotar uma política de apoio ao cafeicultor brasileiro.

Até dia 3, os embarques de dezembro estavam em 2.278.318 sacas de café arábica, 34.454 sacas de café conilon, mais 261.165 sacas de café solúvel, totalizando 2.573.937 sacas embarcadas, contra 2.389.811 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.888.654 sacas, contra 3.032.810 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 4, os embarques de janeiro estavam em 41.090 sacas de café arábica, 1.598 sacas de café conilon, mais 1.358 sacas de café solúvel, totalizando 44.046 sacas embarcadas, contra 161.841 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 330.037 sacas, contra 361.999 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 5, subiu nos contratos para entrega em março próximo 225 pontos ou US$ 2,98 (R$ 9,63) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 29 a R$ 544,38 por saca, e dia 5, a R$ 549,33 por saca. Na sexta-feira, dia 5, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 110 pontos.

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