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Mercado do café enfrenta “período de contabilização” na colheita colombiana

por Agrimoney:

O mercado do café enfrenta um “período de contabilização” para descobrir o quanto foi significativamente baixa a colheita mitaca (colheita intermediária entre maio e julho) da Colômbia e como ela pode refletir no longo prazo, disse a veterana analista Judith Ganes-Chase.

A produção de café da Colômbia em abril, primeiro mês da colheita mitaca, caiu 20% de um ano para o outro, totalizando 834 mil sacas de 60 kg no período – esse valor mensal é o mais fraco já registrado em mais de dois anos, segundo dados do grupo de produtores colombianos, Fedecafe.

Ganes-Chase disse que o declínio segue “muita especulação” sobre a colheita, depois das chuvas no início do ano que, segundo alguns produtores, afetaram a floração.

No entanto, ainda não está claro quanto os números de abril representaram meramente atrasos na produção devido ao florescimento atrasado ou perdas permanentes de produção.

“Período de contabilização”

“Tem havido especulação sobre essa cultura durante toda a temporada, e o período de acerto de contas está finalmente aqui”, disse Ganes-Chase, da J Ganes Consulting.

“No entanto, é cedo demais para dizer que é um desastre ou um grande problema para o mercado depois de um forte desempenho na colheita principal”, que começou em outubro.

“Dependendo de quanto os números da colheita secundária fiquem reduzidos, os números da última temporada ainda podem corresponder ou exceder a estimativa prévia do Departamento de Agricultura dos EUA”.

O USDA, cujos dados são marcas de referência para a indústria, prevê a produção de café na safra 2016/17 da Colômbia – terceiro maior produtor de café classificado atrás do Brasil e Vietnã – 14,5 milhões de sacas com um aumento de 500 mil sacas em relação à temporada anterior.

“Vulnerabilidade para doenças”

De fato, muito pode depender de mais chuvas que estão caindo em alguns distritos produtores de café, aumentando as preocupações com os atrasos na colheita, além de provocar algumas preocupações sobre os resultados também.

“As chuvas podem prejudicar as perspectivas de produção e retardar ainda mais a colheita”.

“Também poderia levar à vulnerabilidade com doenças em condições muito úmidas”.

“Maio é conhecido por rally”

Ganes-Chase sinalizou potencial de apoio aos preços diante de uma preocupação sazonal com geadas de inverno no Brasil, que podem começar já no final de maio.

Graças aos temores com o frio no Brasil, “o mês de maio é conhecido por rally e já neste mês o mercado tem saltado das mínimas”.

“Dado o mergulho nos preços em abril, seria natural ver o mercado retomar a alta”.

“Já o Sul do Brasil viu uma explosão de frio, mas não chegou perto da região do café”, acrescentou.

Exportações vs estoques

No entanto, Ganes-Chase pediu aos investidores que não entendam a tendência como muito otimista em relação aos dados da Organização Internacional do Café, que mostram uma queda nas exportações em março, mesmo que essa tendência pareça continuar no resto de 2016/17, que termina em setembro.

“Embora os números mês a mês sejam menores, também é importante observar o total acumulado e o que acontece com os estoques dos consumidores”, disse a analista.

Com os estoques nos países consumidores em “níveis confortáveis”, atingindo uma alta de 23 anos nos EUA, “uma queda modesta nas exportações não criará aperto, mas simplesmente manterá os estoques dos consumidores acumulando muito mais do que eles têm”.

Mesmo que os produtores tenham demanda para comercialização de café, eles “estão sem o grão para vender, o que não implica em tensão se o café está nos estoques ou ainda disponível”.

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