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Mercado em NY deixa de lado chuvas e volta ao patamar de US$ 1,20/lb com suporte do câmbio

por Notícias Agrícolas:

Nesta terça-feira (03), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, fecharam com alta de quase 150 pontos nos principais vencimentos. Os futuros tiveram suporte do câmbio, além de um maior otimismo dos investidores com as commodities. Analistas já informavam na semana passada que o mercado parecia ter precificado as chuvas recentes no cinturão produtivo brasileiro e que não havia motivo para cair mais.

Os lotes de arábica com vencimento para dezembro/15 fecharam a sessão cotados a 120,25 cents/lb e o março/16 a 123,60 cents/lb, ambos com alta de 145 pontos. O contrato maio/16 estava cotado a 125,70 cents/lb com avanço de 150 pontos, enquanto o julho/16 registrou 127,75 cents/lb com 155 pontos positivos.

Após um período focado em aspectos fundamentas, o mercado voltou a repercutir questões mais técnicas nesta terça-feira. Para o analista de mercado João Santaella, a desvalorização cambial foi o principal fator de suporte para as cotações. “O enfraquecimento da moeda norte-americana faz os cafeicultores brasileiros segurarem o café, o que resulta em menor oferta no mercado internacional”, explica Santaella.

Em recente divulgação, a Organização Mundial do Café (OIC), apontou que as exportações mundiais de café em setembro totalizaram 8,87 milhões de sacas de 60 kg. O volume representa uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2014.

O dólar comercial caiu 2,39% ontem ante o real, cotado a R$ 3,7705 na venda. A moeda estrangeira recuou após o Banco Central anunciar leilão de venda de dólares com compromisso de recompra e com expectativas de que a eventual aprovação do projeto de regularização de bens no exterior resulte em entradas de divisas no país.

Na sessão anterior, os futuros do arábica para dezembro próximo perderam o patamar de US$ 1,20 por libra-peso. As previsões de clima instável nos próximos dias pressionavam o mercado.

Desde a última semana, com as recentes chuvas, algumas fazendas do Sul de Minas Gerais registram a segunda florada do café, até mais produtiva do que a primeira. Agora, os produtores esperam que as condições climáticas continuem favoráveis para que a formação dos chumbinhos não seja prejudicada. Com essa mudança no padrão climático, envolvidos de mercado já estão mais otimistas em relação à safra 2016/17, depois de duas quebras consecutivas na produção do Brasil.

De acordo com informações da Investing, os cafeicultores brasileiros têm recebido bem as chuvas e já acreditam em uma produção mais normalizada para o próximo ano. “Não é o melhor cenário, mas é uma safra normal. A safra caminha razoavelmente bem”, avalia o pesquisador de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, Renato Garcia Ribeiro, em entrevista ao site.

Com base em informações da Somar Meteorologia, nesta semana, as áreas produtoras de café do Paraná, oeste de São Paulo, baixa Mogiana e sul de Minas Gerais devem receber chuvas fortes e generalizadas. Até o próximo dia 8, as cidades na divisa entre São Paulo e Sul de Minas Gerais podem receber volumes de até 70 milímetros. Veja abaixo mapas climáticos da Somar Meteorologia com previsões estendidas:

 

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Fonte: Somar Meteorologia

Mercado interno

Após a parada segunda-feira, dia 2, em virtude do feriado de Finados, os negócios no mercado interno brasileiro foram retomados nesta terça-feira. Entretanto, o ritmo de negócios segue lento. Só aparece negociando café os produtores que precisam fazer caixa. “O ano de 2015 dá sinais que começou a acabar”, afirmou o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) onde a saca subiu 1,92%, cotada a R$ 531,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia aconteceu em Poços de Caldas (MG) com 0,42% de valorização e R$ 480,00 a saca.

O tipo 6 duro continua com maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca – estável. A maior variação no dia aconteceu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,13% e saca cotada a R$ 480,00.

Na sexta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,68% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 471,99.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em alta nesta terça-feira seguindo Nova York. A estado do Espírito Santo, principal estado produtor da variedade no Brasil passando por uma grave escassez hídrica.

O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1606,00 por tonelada com avanço de US$ 11, o janeiro/16 teve US$ 1639,00 por tonelada com US$ 10 de alta, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1650,00 por tonelada com valorização de US$ 11.

 

Câmbio impulsiona exportação recorde de café do Brasil em outubro

Reuters

Os embarques de café verde registraram recorde em outubro, favorecidos pelo câmbio, mostraram nesta terça-feira dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

As exportações do Brasil, maior produtor e exportador da commodity, somaram 3,31 milhões de sacas, alta de 13 por cento ante setembro. Também excederam em 7 por cento os embarques de outubro de 2014, quando o recorde anterior havia sido registrado.

“A desvalorização da nossa moeda torna bastante rentável o café brasileiro para o importador”, destacou o sócio-diretor da corretora Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, em Santos (SP).

Segundo ele, as desvalorizações do real ante o dólar tendem a pressionar as cotações do café na bolsa de Nova York, mas não reduzem os preços para o consumidor final ao redor do mundo, o que indica boas margens para os importadores e forte interesse de compra do produto brasileiro.

“O Brasil vem sempre trabalhando com embarques grandes nesse último ano… Para nós (esse recorde no registro da Secex) não surpreende”, disse o analista.

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