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Mercado fica de olho nas eleições

por Carvalhaes:

Nesta semana que antecede o primeiro turno da eleição presidencial brasileira, a cotação do dólar frente ao real oscilou muito e fecha a semana com queda de 5% em relação à sexta-feira passada. Como usual, os contratos de café na ICE Futures US também oscilaram bastante, mas com sinal contrário ao da queda do dólar. Os com vencimento em dezembro próximo somaram ganhos de 650 pontos, acumulando alta de 6% no período.

A queda do dólar se acentuou em relação à outra semana reagindo à divulgação, praticamente diária, de pesquisas eleitorais. Elas apontaram um avanço significativo das intenções de voto no candidato Jair Bolsonaro em relação ao segundo colocado, o petista Fernando Haddad. A visão de que uma vitória de Bolsonaro significa uma proposta mais liberal, de ajuste fiscal, pró-mercado e pró-privatização, animou investidores e o mercado financeiro.

A cotação do café em Nova Iorque subiu reagindo à queda do dólar no Brasil, mas também com uma recompra maior de contratos por fundos de investimentos depois das cotações na ICE recuarem para mínimas de mais de dez anos. Em plena entrada no mercado da nova safra de café do Brasil, maior produtor e exportador mundial, responsável por aproximadamente um terço de todo o café consumido no mundo, qualquer movimento de nossa moeda em relação ao dólar ou nos fundamentos, refletem imediatamente nos preços em Nova Iorque.

Com o fortalecimento do real, os preços no mercado físico brasileiro subiram bem menos do que na ICE em dólares. Mesmo assim avançaram, e o volume de negócios fechados cresceu, mas ficou abaixo do normal para uma época de entrada de safra no mercado.

Apesar da ligeira alta em reais, os produtores consideram que as bases oferecidas são baixas, para muitos até ruinosas, frente ao aumento generalizado nos custos de produção e também com as exigências do consumidor, a cada ano maiores, de qualidade e cuidados socioambientais nos cafezais.

Quase um terço da produção global de café teve certificado de sustentabilidade da produção em 2016, em resposta a demandas de consumidores e empresas compradoras por produtos ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis.

É o que mostra um relatório publicado esta semana pelo ITC – Centro Internacional de Comércio sobre o avanço significativo de Padrões Voluntários de Sustentabilidade (PVS) no mercado internacional de produtos agrícolas. O ITC é vinculado à OMC – Organização Mundial do Comércio e à Unctad – Agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (VALOR Econômico).

Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, subiram 6.526 scs, estão agora em 2.412.036 scs. Há um ano eram de 1.841.546 sacas, subindo neste período 570.490 sacas.

Até dia 3 os embarques de setembro estavam em 2.327.736 sacas de café arábica, 290.445 sacas de café conillon, mais 249.851 sacas de café solúvel, totalizando 2.868.032 sacas embarcadas, contra 3.139.642 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 3.198.732 sacas, contra 3.624.860 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 4, os embarques de outubro estavam em 200.586 sacas de café arábica, 7.755 sacas de café conillon, mais 8.611 sacas de café solúvel, totalizando 216.952 sacas embarcadas, contra 274.643 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 423.835 sacas, contra 533.771 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 28, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 5, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 650 pontos ou US$ 8,60 (R$ 33,16) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 28 a R$ 548,86 por saca, e dia 5 a R$ 555,72. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 200 pontos.

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